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O Livro de Letty

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:31 am

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Capítulo I – A Viagem

Tudo começou em 1998, na cidade de San Jose, Califórnia, quando a família de Nina estava se mudando para Los Angeles.

- Não posso mãe!... – insistia Nina.
- Serão só os últimos três meses... Vai conseguir amigos na escola pra onde vai... – disse Victoria, sua mãe.
- Você não entende! Não pode me tirar da cidade como se fosse fácil... Não é fácil largar tudo e ir atrás de um emprego idiota... – disse Nina.
- Não se trata de um emprego idiota e você sabe disso! Sempre reclamou porque sempre moramos nessa cidadezinha e agora não quer mais sair! – dizia Victoria.
- Sim, ainda é uma cidadezinha sem graça, mas ainda assim quero ficar aqui até terminar as aulas... Odeio deixar as coisas pela metade... – disse Nina.
- Os vizinhos já devem estar cansando disso, por que não a deixa aqui com a tia e nós dois vamos pra lá. No Natal, nós viremos buscá-la. – disse Peter, o pai de Nina, que se meteu na discussão.
- Ai, está bem! Vou ligar pra Sophie. – disse Victoria, desistindo.

Nina tinha apenas 15 anos na época, mas já era idade suficiente para ela ter alguma noção do que iria fazer no futuro, mas ela não tinha isso. A cidade onde vivia era pequena, e ela sempre quis sair de lá, mas tinha medo porque sabia que não conheceria ninguém em Los Angeles, e que talvez o tal emprego não desse certo. Os pais de Nina já tinham se separado quando ela tinha oito anos, mas acabaram voltando quando viram que Nina estava sendo atingida pelo divórcio. O único receio de Nina é que eles se separassem de novo. Enquanto estavam bem, pareciam a família mais feliz e perfeita. Mas sempre brigavam, pois nem Nina nem seus pais tinham a mesma opinião. Naquele mesmo dia, à noite, os pais de Nina terminaram de arrumar as caixas e malas e foram deixar Nina na casa de Sophie, irmã de Peter, e depois iam até o aeroporto.

- Sophie... Espero que não tenha sido de última hora... Sabe como somos atrapalhados... – disse Victoria.
- Está tudo bem, Vick... Podem ir tranqüilos, está tudo sob controle... – disse Sophie.
- Nina, quero que se comporte... Não cause confusões, por favor. – disse Victoria, pois sabia que Nina e Ian, o filho de Sophie, nunca gostaram um do outro.
- Eles vão sobreviver, mãe... São só três meses... O que poderia acontecer em três meses?! – disse Nina, que sempre gostou de simplificar as coisas.
- Ligamos assim que chegarmos a LA... Mande notícias sempre que puder. – disse Peter, entrando no carro com Victoria.
- Tchau! Aproveitem! – disse Sophie, entrando na casa com Nina – Então... Você vai ter que ficar no sótão... Não é nada mal, aliás, é um grande quarto... Está todo limpo e os móveis estão novinhos... Estava preparando o quarto para sua avó, mas ela só vem no Natal, e você não estará mais aqui... – disse Sophie.
- Assim está ótimo... Gosto de ficar meio isolada às vezes... – disse Nina.

No dia seguinte, logo de manhã, pouco antes de Nina ir para a escola, seus pais ligaram.

- Desculpe a demora pra ligar... O avião atrasou horrores... Quando chegamos era tão tarde, achei melhor ligar de manhã... Como foi a noite? Dormiu bem? – perguntou Victoria.
- Dormi... A casa é legal... Ainda não cruzei com Ian... – disse Nina – Oh, droga, eu tinha que abrir a boca! Ele acaba de passar por aqui...
- Hahaha... Bem feito... É melhor ir se acostumando com ele... – disse Victoria, com a voz meio estranha.
- Mãe... Você está chorando? –perguntou Nina.
- Não... É que acabei de acordar... – disse Victoria, meio estranha.
- Mãe, vou acabar me atrasando, tenho que ir... Tchau. – disse Nina.
- Tchau, beijo. – disse Victoria, desligando.
- Tia Sophie! Vou indo! – gritou Nina, na porta, saindo.
- Oi, Nina... – disse Ian, na calçada.
- Ai... Olá... – disse Nina, sem graça.
- Bom... Sei que vai detestar, mas... Como a gente estuda na mesma escola, vamos ter que ir junto todo dia... – disse Ian, bravo.
- Só não me enche tá?... – disse Nina, saindo na frente.

Na escola, Nina era boa aluna e tinha vários amigos. Ela era uma garota bem normal, nunca conversa na aula, sempre tira notas boas, e nunca fez nada errado. Alguns a admiravam por isso, outros não gostavam, pois ela sempre conseguia o que queria sem fazer muito esforço. No intervalo das aulas, Nina ficava no jardim com seus três amigos inseparáveis: Kim, a japonesa da turma; Josh, o garoto popular; e Gabrielle, a melhor amiga de Nina, tão comportada quanto ela. Hoje era um dia aparentemente igual aos outros 364 do ano, mas um detalhe mudou tudo.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:32 am

Capítulo II – O Detalhe

- Nina Harkins? Pode me acompanhar, por favor? – disse a secretária do diretor.
- Ah... Claro... Tá bem... – disse Nina, meio nervosa, pois nunca ia à sala do diretor assim, do nada.
- Bom dia Nina. – disse o diretor, quando Nina entrou.
- Oi... – disse ela, meio sem jeito.
- Soube que seus pais viajaram... Bom saber que vai continuar conosco até o fim do ano, você é uma ótima aluna. – disse o diretor.
- Erm... O que aconteceu? Por que eu tô aqui? – disse Nina, meio confusa.
- Nina... Houve um acidente... Seus pais... – o diretor foi interrompido.
- O que?! Com eles?! O que aconteceu?! – perguntou Nina, espantada.
- Seu pai está bem... Quase não se feriu... Mas... – o diretor parou um instante.
- ‘Mas’ o que?!... E a minha mãe?! – perguntou Nina, ansiosa.
- Ela não resistiu, Nina. – o diretor foi direto.
- Não... Eu... Eu falei com ela antes de... Ela... Isso não pode ter acontecido... – disse Nina, chorando.
- Eu não era a pessoa mais indicada para lhe dar essa notícia... Mas sua família quer saber se quer continuar aqui, ou ir para Los Angeles... – disse o diretor.
- Eu quero ir pra casa... Eu preciso... Eu preciso parar um pouco... Eu tenho que pensar... – disse Nina, chorando.
- Eu vou chamar sua tia... Espere na recepção... – disse o diretor.

À noite, depois de um dia tenso e triste, Nina não conseguia dormir. Em casa, ela soube que os pais sofreram um acidente de carro, ainda de causas desconhecidas. Ela ficou inconformada com a morte da mãe, mas não chorava mais. Ela olhava fixamente para frente, como se estivesse lembrando de todos os momentos que passou com a família. Sophie tentou acalmá-la durante o dia inteiro, mas depois que ficou no sótão, sozinha, Nina parecia bem mais calma. Ela só precisava de um tempo para organizar tudo. Ela saiu da cama e foi olhar umas caixas no fim do sótão, para tirar um pouco a morte da mãe da cabeça. Lá dentro, só mais lembranças: cartas, fotos, fitas de vídeo com momentos especiais e um livro vermelho. Nina pegou o livro, que por sinal era bem bonito e antigo, com detalhes dourados, com uma pedra vermelha no meio. Ela abriu o livro, que na verdade parecia um diário, escrito com uma letra bastante luxuosa, e ao ver as primeiras palavras, Nina soube que se tratava de uma história de vida. Ela se interessou, mas o sono já estava chegando, e ela acabou adormecendo por cima das caixas. No dia seguinte, ela acordou com batidas na porta.

- Nina... Você está acordada? – perguntou Sophie, preocupada.
- Agora estou... – disse Nina, ainda meio sonolenta.
- Não queria te acordar... Mas você não deu mais notícias... Vai querer tomar café agora? – perguntou Sophie, entrando no sótão.
- Não... Mas me diga... Como está meu pai? – perguntou Nina.
- Ele ainda não ligou... Tentei ligar para o hospital onde ele estava, mas o médico que cuidou dele não estava lá... Me disseram pra ligar à tarde... – disse Sophie.
- Por que ele não ligaria? Ele está bem, não está? – perguntou Nina.
- Sim... Me garantiram que ele estava bem, só tinha alguns ferimentos, mas não era nada grave... – disse Sophie.
- Então ele tinha que ter ligado... Mas não ligou... É tão estranho... – disse Nina.
- Bom... O telefone sempre toca... São muitas ligações pro meu marido... E tem o Ian, ele passa horas no telefone... Vai ver ele não consiga... – disse Sophie.
- O telefone não tocou o dia inteiro ontem... Eu sempre escuto quando toca... – disse Nina – Sei que talvez não esteja escondendo nada... Mas se estiver, é melhor me dizer... Não precisa achar que eu sou uma pobre coitada órfã...
- Não... Nina, não estou escondendo nada... Tudo o que eu sabia eu lhe disse... Se seu pai estivesse... Se tivesse acontecido o pior, eu não lhe esconderia... Já perdi meu pai... A perda é eterna, e a dor também, mas nós nos acostumamos com ela... – disse Sophie.
- A morte em si não é o problema... É o nosso destino... Mas você viu como essa história toda não tem sentido? – disse Nina – Um acidente... Sim, tudo bem... Mas como? Quem provocou?... E por que meu pai não liga? E por que ninguém parece perceber isso?!
- Nina... Acalme-se... Ele vai ligar... Ele vai explicar tudo... – disse Sophie.
- Você não sabe... Sim, talvez ele ligue... Mas ‘talvez’ não é ‘com certeza’... – disse Nina.
- Você precisa se alimentar, querida... Precisa ficar forte nesse momento... – disse Sophie.
- Não vou descer... – disse Nina.
- Então vou trazer pra cá... – disse Sophie, saindo.

Nem parecia mais a garota de 24 horas atrás. Nina estava chocada, mas a história toda era tão vazia que ela não parava de pensar no que estaria acontecendo. Afinal... O que realmente aconteceu? No meio de tantas perguntas, Nina pegou o livro novamente, deitou-se na cama e começou a ler.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:33 am

Capítulo III – O Destino

Após ler as duas primeiras páginas, Nina se mostrava bem mais interessada. O livro, ou diário, contava a história de uma moça, Nicoletti Griffith, que viveu no século passado. Nina ainda estava lendo o começo da história, o livro era grande e ela ainda estava na parte que falava sobre a infância de Nicoletti, ou simplesmente Letty, como era chamada pelos pais. Era a filha caçula de um conde, e era fruto de uma traição, já que era filha de uma camponesa, e não da condessa. Parecia uma história muito dramática, mas Nina parecia bastante interessada. Depois de tomar o café da manhã, Nina não se preocupou em tirar o pijama, pois era sábado e ela não pretendia descer por nada. Ela estava começando a gostar da leitura, quando bateram na porta.

- Posso entrar? – perguntou Gabrielle, que tinha vindo ver a amiga.
- Claro! Que bom que veio... Preciso de alguém que me entenda. – disse Nina, mais feliz.
- Que chato tudo isso, né?... Sinto muito pela sua mãe... – disse Gabrielle.
- Tudo bem... Problemas maiores surgiram... – disse Nina. Ela começou a contar toda a história, sobre o acidente misterioso, o sumiço do pai e o livro.
- Credo!... Você deve estar horrível... – disse Gabrielle, chocada.
- Na verdade... Estou meio impressionada por não estar chorando... Eu sempre fui tão tola pra essas coisas... Mas a verdade é que não tenho vontade de chorar... – disse Nina.
- Bom... Isso não é tão ruim... Vai ver você entendeu rápido que chorar não vai trazê-la de volta... – disse Gabrielle.
- Gabi... Eu tô com medo... Se meu pai não aparecer... Sophie vai acabar se cansando de mim... É sempre assim... Não é obrigação dela ficar comigo... Além do mais, sempre aparece aquele pessoal dizendo que ela não tem autoridade de me criar... Vou acabar indo pra um reformatório... – disse Nina.
- Mas o que houve com você? Que história é essa? É loucura... – disse Gabrielle.
- Não, não é... Se parar pra pensar, é o que acontece... – disse Nina.
- Deve ter algo nesse seu livro... Deve estar pondo idéias na sua cabeça... – disse Gabrielle.
- Não... Esse livro... Não tem nada a ver comigo... Só fala de uma garotinha que nasceu de um relacionamento proibido... Pelo menos foi o que aconteceu de importante até onde eu li... – disse Nina.
- Então... Vamos esquecer um pouco isso... Vai pra escola na segunda? – perguntou Gabrielle.
- Sim... Acho que sim... Não posso perder as últimas aulas... Bom saber que você não me trata como coitadinha... – disse Nina – Obrigada por aparecer...
- Que nada... Tudo bem... Só acho que ficar falando sobre essas coisas torna tudo mais difícil... Mudar de assunto é sempre bom... – disse Gabrielle – Bom, mas agora eu tenho que ir... Passei aqui porque estava indo na casa de uma amiga da mamãe buscar umas coisas... Volto amanhã se quiser...
- Quero sim... Volte a essa hora... Tchau. – disse Nina, vendo Gabrielle sair.

Logo depois, Nina voltou a ler. Dessa vez, Letty já tinha 12 anos, e ainda era olhada de modo diferente pelas pessoas do castelo em que morava. Nina começou a ler mais rápido, pois a história estava ficando mais interessante. Então, à noite, logo após ter jantado, Nina se espantou ao saber que os pais de Letty tinham sumido, e a corte acabou decidindo que eles tinham morrido, por uma questão política de substituição de conde. Letty foi entregue a um reformatório na França, mas Nina não conseguiu ler o resto da história, pois alguém batia na porta.

- Sim, entre. – disse Nina.
- Tem que fugir! – disse Ian, meio nervoso.
- Tem uns caras aí que querem te levar, você tem que sair sem que eles te vejam! – disse Ian.
- De onde eles são? – perguntou Nina, que já sabia qual seria a resposta.
- Eu te explico... Mas tem que sair... Pega logo tudo... Eles tão conversando com a mamãe, mas eu vi o carro... Vamos! – disse Ian, com pressa.
- Tô indo... – disse Nina, pondo algumas roupas dentro da mala, que ainda não tinha sido desfeita. Ela saiu pela janela do quarto de Ian, que dava pros fundos da casa e correu com ele até a garagem. A pressa foi tanta que ela deixou o livro vermelho em cima da cama, esquecido.
- O lance é o seguinte... – disse Ian, cansado – Eles vão te levar pra um internato em Montreal. – disse Ian.
- Se apareceram é porque meu pai... Oh, não! – disse Nina – Eu sabia que ia acabar assim... E por que vão me levar pro Canadá?
- Mamãe estava se fazendo de difícil... Daí eles falaram em Montreal, acho que vão te levar pro lugar mais longe possível, assim ela não te segue... – disse Ian.
- Como sabe que eles são do internato? – perguntou Nina.
- Não são... São do juizado de menores... Minha mãe não tem guarda sob você, e demoraria anos até que ela conseguisse... E até lá, você não pode ficar aqui... – disse Ian.
- Por que está me dizendo isso? Você nem liga... – perguntou Nina.
- Mas minha mãe sim... Nem eu nem meu pai gostamos da idéia de você vir pra cá... Mas ela brigou com a gente por você... E vai continuar brigando se necessário... Estou fazendo o que ela faria se não estivesse empacada com o pessoal lá na sala... – disse Ian.
- Eu não posso ir... Eles vão me alcançar quando souberem que fugi... E podem prendem a Sophie... – disse Nina.
- Não podem... Ela não tem nada a ver com a sua fuga... E eles sabem que ela não teve como avisar... A culpa vai ser minha... E outra: você não vai andando. – disse Ian, mostrando as chaves do carro.
- Você dirige? Só tem 16 anos! Se pegarem nós vamos presos! No que você está pensando?! – perguntou Nina, preocupada.
- Não discute!... – disse Ian, entrando no carro – Você vem ou vai com eles?
- Ai... Tá bom... – disse ela, entrando no carro – Só tenta ir por onde não tem guardas...
- Sou bom nisso... – disse ele, sorrindo.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:34 am

Capítulo IV – Encurralados

- É engraçado... – disse Nina, quando já estavam longe da casa.
- O que? – perguntou Ian.
- Ah... Nada... Esquece... Eu só pensei alto... – disse Nina.
- Não, me fala... O que foi? – insistiu Ian.
- É um livro que tinha no sótão... Falava sobre uma garota e aconteceu quase a mesma coisa com ela... – disse Nina.
- Sério? Legal... E daí? O que acontece depois? – perguntou Ian.
- Não sei... – Nina remexeu na bolsa – Droga! Deixei o livro lá...
- Fala sério... Você não tá achando que o livro é a cópia da sua vida, tá? – perguntou Ian.
- Não... Não sei... Mas eu queria ler... Era legal... – disse Nina – Me ajudou a esquecer por um momento que eu estou sozinha.
- Não está sozinha... Mamãe vai atrás de você logo que aqueles caras saírem... Não vamos sair da cidade, só esperar... Daí eu vou ligar pra casa e falamos com ela... – disse Ian.
- E se eles não saírem? Podem mandar alguém ficar vigiando... – disse Nina.
- Bom, não tinha pensado nisso... Mas o pior já passou... – disse Ian. Logo quando ele olhou para frente, uma pessoa foi atirada no carro.
- Oh, não! Será que ele morreu?! Você é mesmo um idiota!... Eles vão nos prender por assassinato!... Somos foragidos da justiça agora... – disse Nina – E eu ainda me meti nisso...
- Uau... Obrigado mesmo por me agradecer, já que eu impedi que te levassem pra um internato!... Eu fiz o que eu pude, OK? – disse Ian, descendo do carro para ver como estava o homem.
- Quer saber... Desculpa... Eu não tô raciocinando direito... É, você fez o que pôde... Obrigada... – disse Nina, arrependida – E ele?
- Ainda está vivo... Mas olha esse braço... Ficou todo torto... – disse Ian.
- Vamos esperar mais um pouco... Talvez um carro passe por aqui e nós pediremos que leve ele... – disse Nina – Se algo der errado, vou falar com Gabrielle... Eu confio nela... Se algo der errado... Só ela pode me ajudar... – disse Nina.
- Então... Pra onde vamos depois daqui? – perguntou Ian.
- Pode parar o carro em qualquer lugar meio escondido... Vamos esperar algumas horas... – disse Nina.
- E o tal livro? – lembrou Ian.
- Bem que eu queria que ele contasse o que vai acontecer depois... – disse Nina – Mas na história a garota, Letty, vai mesmo pra um internato... E eu ainda não fui... E nem vou...
- Ali! Tem um carro vindo... – apontou Ian. Quando o carro se aproximou mais, eles viram que era a polícia.
- Vamos sair daqui! Eles vão ver o homem e vão ajudá-lo... Vamos! – perguntou Nina.
- Nunca pensei que podia dar tudo tão errado... – disse Ian. De repente, o celular de Nina toca.
- É a Gabrielle. Alô? – disse Nina, atendendo.
- Oi... Sua tia ligou pra cá... Ela disse que você sumiu e ela não tem seu celular... Onde você tá? – perguntava Gabrielle.
- Não sei exatamente... Estou fugindo... Como eu te falei, o pessoal veio me buscar... Querem me levar pra um internato ou orfanato, sei lá... – disse Nina – Não vai acreditar... Atropelamos um cara...
- Que horror!... Mas você não pode fugir pra sempre... – disse Gabrielle.
- Eu sei... Mas eu tinha que fugir pra ganhar tempo... Meu pai vai dar notícias a qualquer momento e eu não posso ser levada... – disse Nina.
- Nina... Desculpa... – disse Gabrielle.
- Pelo que? – perguntou Nina.
- Eu tô na casa da sua tia... Ela me pediu pra vir aqui... Tem uns caras rastreando a ligação, eles sabem onde você tá... Por favor, foge! – disse Gabrielle, mas logo depois cortaram a ligação.
- Eles sabem onde a gente tá... Temos que sair o mais rápido possível daqui! – disse Nina. De repente, ela e Ian ouviram sirenes.
- Oh não... Estamos perdidos... – disse Ian.
- Podem te acusar de dirigir sem ter idade suficiente... – disse Nina.
- Não importa se achem o carro... Vamos correr... – disse Ian, saindo do carro.
- Pra onde? Pra floresta?! Sabe o que pode ter lá? – perguntou Nina.
- Não... Mas aposto que o que quer que tenha não é pior do que passar anos presa num lugar qualquer... – disse Ian – Eu vou indo... Se quiser esperar por eles...
- Ai... Não... Eu vou... – disse Nina, descendo do carro. Eles começaram a correr, e logo depois dois carros da polícia pararam próximo ao carro.
- Não olha pra trás! Só corre! – disse Ian, correndo. Minutos depois ele e Nina subiram em cima de uma árvore, bem longe da estrada e ficaram lá o resto da noite. Alguns policiais passaram por onde eles estavam, mas não os encontraram. O céu já estava meio claro, mas quando os dois foram descer viram dois leopardos lá em baixo, bem perto da árvore.
- Droga!... Como a gente vai descer? – perguntou Nina.
- Não se mexa... Nem fale... Logo eles vão sair... – disse Ian. Ainda dava pra ver a luz de lanternas pela floresta, e como se não bastasse a polícia, agora também esses felinos atrás dos dois.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:34 am

Capítulo V – Sem Saída

Logo depois que ficaram calados e imóveis, Ian e Nina se livraram dos leopardos. Eles não podiam correr para a estrada, pois estavam vigiando o carro, e também não podiam correr para longe, pois daquele lado também havia guardas florestais. Então, eles correram para frente, em direção á cidade. Era óbvio que não podiam ir pra casa, pois estava sendo vigiada, mas também era óbvio que se ficassem ali, logo iriam achá-los.
- Vamos pra algum lugar mais deserto... Já sei! A ponte... Ficamos embaixo dela, perto do rio... – disse Ian.
- Isso tudo tá me dando dor de cabeça... Gabrielle estava certa... A gente não pode fugir pra sempre... Amanhã mesmo já vamos querer estar em casa... – disse Nina, parando pra descansar.
- Anda, vem... Não podemos parar... – disse Ian, mas segundos depois Nina desmaiou – Ah, não! Acorda!
- São eles! – gritou um policial dentro de uma viatura. Ele e mais três policiais saíram em direção à Ian e Nina, e dessa vez os dois não tiveram como escapar.
- Não podem levá-la! Ela está mal! – disse Ian, enquanto os policiais o algemavam.
- Não é escolha sua rapaz... É ilegal que ela esteja com vocês... Sua mãe está na delegacia, esperando por você. – disse o policial.
- Ian... – disse Nina, acordando.
- Nina, minha mãe vai atrás de você! Não se preocupe... – disse Ian, sendo colocado num carro da polícia.
- Não me levem... – disse Nina, ainda fraca.
- Vamos levá-la logo... Lá ela terá os tratamentos médicos necessários... – disse um homem do juizado de menores.

Algumas horas depois Nina estava em um avião, provavelmente para a Europa.

- Já estamos chegando... – disse uma mulher – Meu nome é Sharon, vou ser sua advogada e vou ajudar sua tia a ter sua guarda.
- Uh... Estou meio enjoada... – disse Nina, se ajeitando na poltrona.
- Tivemos que lhe dar um pouco de soro com vitaminas... Você parece que não estava se alimentando muito bem... – disse Sharon.
- Eu não como nada desde ontem de manhã... Mas eu já estou melhor agora... – disse Nina, meio triste.
- É compreensível que esteja mal depois de tudo... Foi tudo muito rápido, Nina... – disse Sharon, tentando consolá-la. Logo depois, o avião pousou.
- Eu vou mesmo para um internato? – perguntou Nina.
- Infelizmente sim... Mas eu vou fazer com que eles diminuam o tempo o máximo possível. – disse Sharon.
- Sharon... Há quanto tempo... – disse um homem muito mal encarado do lado de fora, que estava esperando pelas duas – Você deve ser Nina... Lamento pelos seus pais...
- Pára de enrolar e me leva logo de uma vez... – disse Nina, cansada de formalidades.
- Nossa... As crianças não costumam pedir pra ir para o internato... – disse o homem, admirado.
- Primeiro... Eu não sou criança... Segundo... Não pedi, vocês é que resolveram isso... Só quero que tudo isso acabe logo... – disse Nina, com um olhar frio.
- Que seja... Vamos... – disse o homem, levando-a.

Chegando lá, não parecia um lugar tão assustador com crianças esquisitas e pessoas malvadas. Na verdade, era uma grande mansão (não muito luxuosa, mas era enorme) rodeada de árvores e plantas e bem silenciosa. Como os quartos estavam praticamente lotados, Nina foi novamente para o “sótão” do internato, e ficou com um quarto só pra ela. No dia seguinte, Nina precisou descer para comer, pois podia passar mal de novo. Logo que terminou o café, um policial trouxe as malas dela que ficaram no carro.

- Espere!... O Ian ficou preso? – perguntou Nina.
- Não... Ele não tem idade... Sorte a dele... Mas o colégio soube e parece que o suspenderam por umas semanas... – disse o policial, saindo.
- Nina... Agora deve ir para o seu quarto... Os internos só podem andar pelo prédio à tarde. – disse uma mulher.
- Está bem... – disse Nina, levando as malas.
- Vai dar ouvidos a ela? – disse uma voz. Nina olhou ao redor, sem ver ninguém.
- Tem alguém aí? – perguntou ela. O prédio era tão grande que a voz dela ecoou pelos corredores.
- Nina! Silêncio! – disse a mulher lá embaixo.
- É que... Ah, esquece... – disse Nina, confusa.
- Ela é o tipo de pessoa da qual eu me livraria... – disse a voz. Novamente Nina olhou ao redor, mas como não viu ninguém de novo, ela entrou no quarto.
- Bem que eu queria ter aquele livro pra passar meu tempo... – disse Nina, sentada na cama. Os dias começaram a passar, mas Nina não descia à tarde, só aparecia lá fora para comer, e os outros internos sempre a olhavam de um jeito esquisito.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:35 am

Capítulo VI – Duas Semanas Depois...

- Oi... – disse uma menina, na hora do jantar, duas semanas depois que Nina chegou.
- Oi... Quem é você? – perguntou Nina, que finalmente falava com alguém de lá.
- Hilary... E o seu? – perguntou Hilary.
- Nina... Faz tempo que está aqui? – perguntou Nina.
- Eu não lembro... Nasci aqui eu acho... Não me vejo em outro lugar senão aqui... – disse Hilary.
- Nossa... Nunca se perguntou onde estão seus pais? – perguntou Nina.
- Ninguém nunca me responde quando eu pergunto... Minhas colegas de quarto dizem que eles me abandonaram... – disse Hilary, meio triste.
- Ás vezes não é tão ruim... Tinha dias em que eu queria que meus pais sumissem... Eles viviam reclamando de mim... Agora, eles se foram mesmo e eu nem sei o que aconteceu... – disse Nina, com lágrimas nos olhos.
- Posso sentar com você?... Não gosto das minhas colegas de quarto... Elas me humilham... – disse Hilary.
- E com quem você conversa?... Quer dizer... Tanto tempo aqui e nenhum amigo? – perguntou Nina.
- Tenho amigos imaginários... – disse Hilary – Sei que vai me achar idiota por isso...
- Não... Estava à beira de pedir um amigo assim também... Mas daí você apareceu... Então nós não estamos mais sozinhas... – disse Nina, sorrindo.
- É... Você já fugiu? – perguntou Hilary.
- Não... Faz pouco tempo que eu estou aqui... – disse Nina.
- Então eles ainda não... Ah... Acho que você vai saber com o tempo... – disse Hilary.
- Saber o que? Agora me conta... – disse Nina, confusa.
- Olha... – disse Hilary, mostrando marcas no pescoço e na perna – Eles quase me mataram quando eu tentei fugir pela primeira vez...
- Credo! – disse Nina, chocada – Você não fez nada?
- Bom... Eles passaram a ser bem irritados comigo... Daí eu não agüentei e tentei fugir outras vezes... Quatro exatamente... Mas se quer saber... Acho que eles vigiam a gente... – disse Hilary.
- Quer dizer, câmeras? – perguntou Nina.
- Talvez... Mas às vezes, se você se aproxima de algum lugar proibido, já vem logo alguém atrás de você... – disse Hilary.
- Escuta... Aqui vocês não estudam? – perguntou Nina.
- Sim... Mas as aulas acabaram há três semanas... – disse Hilary – Começam daqui a alguns dias.
- Hm... Então tenho alguns dias pra fugir... – disse Nina.
- Não quer assistir às aulas? – perguntou Hilary.
- Não quero estar com os outros... – disse Nina.
- Muito bem, se afaste deles... Eles são um problema... – disse a voz, novamente.
- Ouviu isso? – perguntou Nina.
- O que? – perguntou Hilary.
- Essa voz... – disse Nina.
- Não ouvi nada... – disse Hilary.
- O.O... Bem... Deixa pra lá... – disse Nina – Vou fazer 16 anos daqui a dois meses... Eu e meus pais íamos vir pra Europa...
- Uma pena... – disse Hilary – A Europa é um continente lindo quando visto de fora... É o que dizem os outros internos.
- Que tal fugirmos? – disse Nina.
- Você deve estar brincando... Depois de tudo o que eu falei... – disse Hilary.
- Vamos descobrir um jeito... – disse Nina – Um jeito de sair sem ter que ser torturada depois... Um jeito de sair sem ter que voltar... Eu preciso sair... Preciso saber o que houve com meus pais...
- Então faça uma boa viagem... Não vou passar por tudo de novo... Já me acostumei com esse lugar... – disse Hilary, saindo.
- Pessoas fracas nunca conseguem o que querem... Você vai ser assim também? – perguntou a voz.
- Grr... Quieta! – disse Nina, derrubando a bandeja do jantar, atraindo a atenção dos outros.
- Ela parece ser louca... – diziam os outros. Nina saiu rapidamente do refeitório, mas lá fora encontrou o diretor do internato, o mesmo que foi buscá-la do aeroporto.
- Problemas, Nina? – perguntou o diretor, com uma cara fechada.
- N... Não... – disse Nina, meio nervosa – Vou para o quarto.
- Na minha sala, agora! – gritou o diretor. Chegando lá, Nina sentou-se e o diretor ficou em pé, ao lado dela, encarando-a.
- Desde que chegou... Você tem mostrado frustração... – disse o diretor.
- Ainda lembra do que aconteceu com meus pais? Acha que eu não devo ficar frustrada com isso? – disse Nina.
- Esqueça sobre isso, Nina... Se ficar tendo esses seus ataques, vai frustrar os demais internos... – disse o diretor.
- Deve estar achando que eu sou louca... – disse Nina.
- Sim... Mas não me faça ter certeza... – disse o diretor.
- Não se preocupe... Eu vou me comportar... – disse Nina, sorrindo. De repente, eles ouviram um barulho dentro do armário.
- Mas o que... – o diretor ia falar, mas alguém o impediu. Desde àquela hora, nenhum barulho foi mais ouvido em todo o internato Sant Claire Boarding School.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:36 am

Capítulo VII – Acusações

- Srta. Martimore... Café da manhã em 30 minutos. – disse uma das funcionárias do internato, acordando Nina.
- Já estou indo... – disse Nina, levantando.
- Ah... Sabe se o diretor falou com mais alguém depois de você? – perguntou a funcionária.
- Não... Não sei... Não me lembro direito... – disse Nina, meio confusa.
[...]
- Oi... Desculpa ter te deixado sozinha ontem... É que me assusta a idéia de tentar fugir de novo... – disse Hilary, sentando com Nina.
- Escuta... Falou comigo ontem à noite, depois que saiu? Me encontrou pelo corredor? – perguntou Nina.
- Não... Eu até quis... Mas me disseram que você estava com o diretor... O que houve? – perguntou Hilary.
- Não sei... Não lembro direito... Mas até onde lembro ele me deu uma bronca... – disse Nina.
- Bronca pelo que? Viu só como esse povo é estranho... – comentou Hilary.
- Eu me irritei demais ontem... Acho que foi por tudo o que aconteceu... – disse Nina.
- Nina... Precisamos falar com você sobre o que aconteceu com o Sr. Harris. – disse um policial, chegando ao refeitório.
- E o que aconteceu? – perguntou Nina.
- Achei que soubesse... O Sr. Harris foi assassinado minutos depois de você entrar na sala dele... – disse o policial.
- O que?! Quer dizer... Eu não lembro direito... Mas nós estávamos conversando normalmente até que... Até a parte da qual eu não lembro mais... – disse Nina, chocada.
- Precisamos que dê seu depoimento... É o procedimento... – disse o policial.
- Tá... – disse Nina, indo com o policial.
- Soube que teve problemas familiares, Srta. Martimore... – comentou o policial – O que houve exatamente?
- Não sei... – disse Nina.
- Também esqueceu disso? – o policial provocou.
- Não!... Eu estava na casa da minha tia porque meus pais foram trabalhar em Los Angeles e eu fiquei pra terminar as aulas... Só soube que minha mãe morreu num acidente... Meu pai tinha escapado, mas daí os homens do juizado de menores apareceram e eu tirei a conclusão de que ele também havia morrido... – disse Nina – Mas o que isso tem haver com o Sr. Harris?
- Você está passando por vários transtornos em um tempo muito curto... É natural que saia do controle às vezes e... – o policial foi interrompido.
- O que?! Tá achando que eu matei ele? – perguntou Nina, surpresa.
- Não posso descartar essa possibilidade... Você foi a única a entrar na sala dele no horário da morte... E alguns internos afirmam que você tinha manchas escuras na roupa... Pela escuridão talvez eles não tenham percebido que era sangue... – disse o policial – Falando nisso... Podemos ver a roupa que estava usando ontem?
- Podem... – disse Nina – Eu vou buscar.
- Creio que não, senhorita... – disse o policial, ficando na frente da porta.
- Ué... – exclamou Nina, que não entendia mais nada.
- Você não sai daqui... – disse o policial – Uma das funcionárias sabe o que você estava vestindo... Vamos mandá-la ao seu quarto com um policial para verificar.
- Tá... Não deve achar nada... – disse Nina, que tinha certeza absoluta que não havia acontecido nada. Alguns minutos depois, a funcionária e o policial chegam com as roupas, que estavam realmente manchadas de sangue.
- O sangue da roupa equivale à amostra do sangue do Harris. – disse o policial, entregando as roupas para o policial que estava com Nina.
- Algeme a garota. Acabou por aqui... Srta. Martimore, não se preocupe... Talvez consigamos crédito pelo seu estado mental delicado... – disse o policial.
- Mas... Não!... Acha que eu sou louca?! Eu não fiz isso! Não podem me prender! – disse Nina – Não vão me pôr na cadeia por algo que eu não fiz!
- Quem falou em cadeia? Você ficará internada na nossa unidade de tratamento psiquiátrico. – disse o policial.
- Um hospício?!... O que está achando que eu sou? – disse Nina, passando pelo corredor, onde muitos internos a olhavam, inclusive Hilary, que estava chocada. Logo depois, ela entrou na viatura, e começou a chorar.

Já eram quase duas da tarde, quando Nina chegou à estação de tratamento psiquiátrico. Pelos corredores, havia desde jovens problemáticos até maníacos e suicidas, mas esses só saíam uma vez para comer. Nina ficou num quarto isolado, com TV e um banheirinho. No quarto principal mandaram instalar uma câmera, e iriam mantê-la trancada durante uma semana, e só depois ela entraria em contato com os outros.

- É melhor provar que é louca... Ou vai parar na cadeia no seu aniversário de 18 anos... – disse o policial, deixando-a sozinha no quarto.

Á noite, Nina ficou deitada, olhando fixamente para frente, como fez no dia da morte de sua mãe, mas não parecia pensar em nada... Estava apenas olhando... Será mesmo?
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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:36 am

Capítulo VIII – O Livro

No dia seguinte, um psiquiatra veio visitar Nina, mas depois de acordar, ela ficou novamente olhando para frente, e não pareceu dar muita atenção ao que ele dizia.

- Nina... Não tenha medo... Nada vai acontecer... – disse o psiquiatra.
- Como você sabe?... Você é psiquiatra, não vidente... – disse Nina, que ainda olhava pra frente.
- Estou tentando ajudar você a encaixar todas as peças dos acontecimentos das últimas semanas... E talvez isso faça você lembrar do que aconteceu na noite em que Harris morreu... – disse o psiquiatra.
- Não tenho peças pra encaixar... Tenho verdades para descobrir... E ficar aqui não me ajuda em nada... – disse Nina – Primeiro, eu quero falar com a minha tia.
- Posso providenciar isso... Mas tem que me prometer cooperar... Posso contar com você? – perguntou o psiquiatra.
- Não... Não garanto. Apenas chame Sophie. – disse Nina, finalmente olhando para ele.
- Está bem... Não se preocupe... Vamos providenciar a viagem dela... – disse o psiquiatra, saindo.

Três dias depois, Sophie chegou ao “hospício”. O psiquiatra deixou Nina sair nesse dia, para que se acostumasse com o lugar. Ela encontrou a tia no jardim, se abraçaram e sentaram em umas cadeiras.

- Fico muito triste por tudo Nina... Sei que você jamais seria capaz de fazer aquilo com aquele homem... – disse Sophie, bastante triste.
- Preciso da sua ajuda pra sair daqui... Quanto mais tempo eu passar aqui, menos chances vou ter de descobrir o que aconteceu com meus pais... Aliás... Você não sabe, não é? – perguntou Nina.
- Não tive novidades... – disse Sophie.
- Sabe de que meu pai morreu? – insistiu Nina.
- Não Nina... – disse Sophie.
- Então... Nós precisamos descobrir... Aliás... EU preciso... Se há alguém aqui que foi atingido pela morte dos meus pais, fui eu... Passei por coisas horríveis... Estou passando... – disse Nina.
- Vou fazer o possível... Eu prometo... Ah, eu trouxe algo pra você... Vi em cima da cama depois que saiu... Você estava lendo? – perguntou Sophie, entregando o livro vermelho.
- Estava sim!... Ai, obrigada... Estava precisando mesmo de uma distração... – disse Nina, mais contente.
- Sua tia tem que ir agora, Nina... – disse uma funcionária.
- Vou indo... Vai dar tudo certo... – disse Sophie, saindo.
- Talvez... – disse Nina, sem muitas esperanças. Ela ficou durante um tempo nas cadeiras, lendo. A primeira coisa que leu logo depois da parte em que havia parado, foi a parte em que a carruagem do padrinho de Letty, que fugia com ela, acabou matando um camponês. Logo depois a corte prendeu o padrinho de Letty por matar aquele homem e Letty foi para o internato. Uma das amigas a ajudou a fugir e as duas ficaram escondidas num pequeno vilarejo durante uns tempos, até que já tivessem esquecido delas.
- Hora de entrar... O Sr. Gordon quer ver você. – disse a funcionária. Gordon era o psiquiatra que falou com Nina da primeira vez. Nina seguiu para seu quarto, ainda espantada sobre o tal camponês que Letty atropelou na história.
- Olá... Como está hoje? – perguntou Gordon.
- Nada mal... Na verdade, acho que você pode me ajudar... – disse Nina.
- Finalmente está colaborando, Nina... – disse Gordon.
- Esse livro... Pode ler até essa parte aqui?... Amanhã nós conversaremos. – disse Nina – Mas só leia até essa parte.
- Está bem Nina... Será do jeito que você quiser... – disse Gordon, que parecia ser uma boa pessoa.
- Ah... E não comente com ninguém sobre o livro... – disse Nina.
- OK... – disse Gordon, saindo.

Nina ficou um pouco entediada por estar sem o livro, mas não conseguia entender porque na história Letty fugia com uma amiga e Nina não pôde fugir com Hilary. E claro, na história Letty não foi acusada de matar ninguém. Talvez fosse uma grande coincidência, mas até onde Nina sabe, Griffith é o sobrenome do seu bisavô, pai da mãe de Peter. Talvez essa Letty fosse uma tataravó ou algo assim. No dia seguinte, logo de manhã, Gordon voltou com o livro.

- Percebeu alguma coisa? – perguntou Nina.
- Sim, Nina... Uma história muito parecida com a sua... Mas algumas coisas importantes não se repetem nas duas histórias... – disse Gordon.
- Exato!... Por isso quero que me ajude... Eu achei esse livro por acaso... Essa garota te algo a ver com a minha família... E uma ligação comigo... – disse Nina – Eu acho que os fatos não são os mesmos devido ao tempo... As leis naquela época eram outras... Mas em resumo, a minha vida é totalmente igual à dela.
- Continue lendo, Nina... – disse Gordon – Talvez ache algo mais... Mas me conte... Conseguiu lembrar de algo daquela noite?
- Não... Eu tentei... Mas é como se eu não estivesse lá... – disse Nina.
- Entendo... Vamos analisar isso com o passar dos dias... Talvez você só precise de tempo... – disse Gordon, saindo.

Nina lia o livro todos os dias, Gordon agora só aparecia em alguns dias da semana e sempre passava pouco tempo. Isso continuou durante vários meses, e Nina já ganhava a confiança de todos, porque nunca foi de tentar fugir, ou bater nos funcionários, o que acontecia com a maioria dos loucos internados lá. Apesar de não ser louca, Nina sabia que havia algo de errado. O esquecimento de alguns momentos e a voz que de vez em quando a perturbava (mas ela nunca falou sobre ela para Gordon) não pareciam coisas normais. Finalmente chegou o dia do aniversário de 18 anos de Nina, e ela ficou com medo que a levassem para a cadeia, como o policial havia falado, mas algo bastante comprometedor aconteceu para Nina...

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:37 am

Capítulo IX – Revelações

- O Sr. Gordon estará aqui em alguns minutos... Por que não toma um banho, Nina? – perguntou a funcionária, que foi deixar o café da manhã.
- Boa idéia... – disse Nina, levantando – Mas sabe... Há um problema com o encanamento... Venha ver...
- Ué... Parece perfeito... – disse a funcionária, entrando no banheiro com Nina.
- Não está não... Mas vai ficar... – disse Nina, enrolando uma toalha no pescoço da funcionária, que após alguns segundos, ficou imóvel.
- Nina! – chamava alguém do lado de fora do quarto – Sou eu, Gordon.
- Uh... O que... – disse Nina, que ficou tonta de repente. Ela começou a gritar quando viu a funcionária desmaiada no chão com a toalha no pescoço. Gordon entrou no quarto juntamente com o mesmo policial que a deixou lá anos atrás. Os dois viram a cena e ficaram espantados.
- Nina!... Mas o que houve aqui?! – perguntou Gordon.
- Ela está morta... – disse o policial, verificando o pulso.
- O.O... Mas como morta?! – perguntou Nina, espantada.
- Morta... Do tipo que não respira... – disse o policial, provocando Nina.
- Mas... Eu acabei de acordar... – disse Nina.
- E ela acaba de morrer... Você não é doida... Você só se faz... Mas seus dias de teatrinho acabaram, Nina Martimore. – disse o policial.
- Não acho que seja uma boa idéia... – disse Gordon.
- Você não tem o direito de opinar sobre isso... – disse o policial.
- Na verdade eu tenho... Há dois anos eu cuido de Nina e ela jamais teve esse comportamento com nossa funcionária, nem com ninguém mais... – disse Gordon – Ela pode ter surtos temporários e eu vou precisar estudar isso.
- Quem saiba você faça visitas a ela na cadeia... – disse o policial, pegando as algemas.
- Eu tentei... Juro que tentei... Mas você realmente é detestável... – disse Nina, acertando o policial com a faca que estava na bandeja do café.
- Nina, não! – gritou Gordon, retirando a faca.
- Ahhh... Gordon, não fui eu!... Não! De novo não!... – disse Nina, caindo no chão aos prantos.
- Socorro! Esse homem precisa de ajuda! – chamava Gordon.
- Não deixe ninguém me levar... Por favor... Gordon, você não pode deixar... Tem que confiar em mim, eu jamais faria isso! – disse Nina.
- Acalme-se Nina... Acabou... Você não vai sair daqui... – disse Gordon, logo após que alguns enfermeiros chegaram para socorrer o policial.
- Quero acabar com isso... Eu não quero mais matar ninguém... – disse Nina.

Antes disso tudo, quase dois anos se passaram, e obviamente, muito do livro havia sido lido, mas pouca coisa relacionada ao que Nina estava passando. Enquanto Nina estava trancada num hospício, Letty vivia grandes aventuras fugindo com a amiga. Nina, pelo contrário, não vivia nenhuma aventura, um dia para ela parecia ser a repetição do anterior, sempre. Mas claro, esse dia não foi nenhum pouco igual aos outros. Logo de manhã, dois assassinatos. Logo no começinho da tarde, depois que Gordon convenceu a polícia que Nina precisava ficar, e depois que os corpos foram tirados do prédio, o psiquiatra foi ver Nina.

- Fiquei decepcionado com você... Sempre que alguém chega aqui, eu sei logo se elas têm algum problema... E você tinha... Embora fosse apenas um trauma, eu sabia que ia desencadear outras reações no futuro... Mas dois anos se passaram... Eu achei que você estava se recuperando... E de repente isso... Não há dúvidas que você cometeu o assassinato do diretor do reformatório... Mas claro, você estava totalmente fora de si... Eu acredito que você não faria aquilo por conta própria... – disse Gordon.
- O que acha que eu tenho? – perguntou Nina.
- Dupla personalidade... Nina, venho observando você fora da carga-horária do hospital... Sua história parece simples, mas agora eu percebo que é extremamente complexa... – disse Gordon – Alguém, ou algo, te força a fazer coisas quando você está ameaçada... Coisas que Nina Martimore não seria capaz de fazer...
- Eu fico possuída? – perguntou Nina, espantada.
- Não exatamente... Acho que é a Letty... – disse Gordon – Quando me deu o livro pra ler, você estava obcecada em ter um destino igual ao dela... Isso pode ter criado uma força dentro de uma parte da sua personalidade... E o problema está em controlar essa força...
- E por que eu estaria ameaçada quando eu, ou sei lá quem, matou a funcionária? – perguntou Nina.
- Aquele policial vinha buscar você... Ele passou esses dois anos recebendo relatórios sobre sua temporada aqui... E claro, eles não possuíam nada anormal, ou seja, tudo indicava que você era perfeitamente sana... – disse Gordon.
- Então... Matando a funcionária eu provaria que era louca e ele me deixaria ficar? – perguntou Nina.
- Sim... Na sua mente era exatamente o que iria acontecer... Mas como aquele homem era cabeça dura, você teve que buscar Letty de novo para se livrar de uma nova ameaça... – disse Gordon.
- Mas não iria funcionar se você não tivesse insistido... – disse Nina.
- Vamos começar um tratamento... Vamos passar mais um tempo tentando... – disse Gordon.
- Cansei de tentar... – disse Nina, com um olhar diferente.
- Não deixe que ela tome conta de você, Nina... – disse Gordon.
- Tarde demais... – disse Nina, que foi em direção dele.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:38 am

Capítulo X – A Única Solução

- Não! – disse Gordon, quando “Nina” tentou enforcá-lo. Ele se soltou, saiu da sala e trancou a porta por fora, mas “Nina” continuou batendo no vidro, furiosa. Logo depois, ela caiu no chão, meio desnorteada.
- Gordon!... Você tá bem? – perguntou Nina, preocupada.
- Agora sim... – disse Gordon, entrando novamente.
- Desculpa... Acho que Letty não gosta da idéia de fazer um tratamento... – disse Nina.
- Claro... Se tudo correr bem, ela será exterminada da sua vida... E isso é uma ameaça enorme pra ela... O que vai dificultar mais ainda nosso trabalho. Por isso, peço que você dê o máximo de si e quem sabe todas as acusações contra você sejam retiradas... – disse Gordon.
- Tá... – disse Nina, aliviada.
- Começaremos amanhã... Ah, um conselho... Pare de ler esse livro. – disse Gordon – Ele aumenta sua obsessão por Letty e isso não é bom...
- OK... – disse Nina, que ficou meio triste já que não teria mais nada pra fazer.

Já era noite e Nina não parecia estar com sono. Ela tentou ver TV, mas não havia nada interessante passando. Ela tinha uma grande vontade de ler o livro, mas tinha uma vontade maior ainda de ficar boa.

- Leia. – disse a voz.
- É o que você quer... Quer que eu aja feito louca pra sempre... – disse Nina.
- Não é verdade!... Diga-me... O que você quer mais do que tudo? – perguntou a voz.
- Ficar boa... – disse Nina.
- Mentira... Quer encontrar a verdade sobre seus pais... Sei disso por que sei sobre todos os seus pensamentos... A mim, Nina, você não engana. – disse a voz.
- Bom... Letty não está tendo uma história igual a minha... – disse Nina.
- Claro... Você é cabeça-dura... Eu apareço pra ajudar e você simplesmente faz papel de louca chamando a atenção de todos... E uma maluca se aproveita do momento e mata o ex-marido... – disse a voz.
- Ahn?! Tá falando do Sr. Harris? – perguntou Nina.
- A ex-mulher dele estava escondida no armário esperando que ele ficasse sozinho... Mas claro, se ela pudesse arranjar alguém em quem colocar a culpa, ela colocaria... E lá estava você... Uma jovem traumatizada e problemática... – disse a voz.
- Então não fui eu?! – perguntou Nina, curiosa.
- Claro que não!... Apareço quando você está realmente ameaçada... Não quando está levando uma bronca justa... – disse a voz.
- E por que eu não lembro de nada? Por que o sangue estava na minha roupa? – Nina ainda estava confusa.
- Por que não lembra? Porque eu assumi o controle pra proteger você... É terrível estar com a morte de alguém na cabeça e eu sei bem disso... Por que o sangue? Ele estava de frente pra você... Quando a mulher atirou com a arma silenciosa, ele caiu em cima de você, morto... Aposto que essa parte você adoraria esquecer. – disse a voz.
- Você é mesmo a Letty? – perguntou Nina – Você tem uma voz estranha...
- Não... Não sou a Letty... Sou você... O lado de você que ainda raciocina... – disse a voz.
- Nina! – exclamou Gordon, entrando – Pare de falar com ela!
- Mas... Gordon, eu já sei o que aconteceu... – disse Nina.
- Não, Nina... É uma ilusão... – disse Gordon, dando uma injeção para Nina, que a fez desmaiar.

Horas depois, Nina estava em outro quarto, com uma camisa de força. O quarto em que ela estava era sujo e escuro, e só havia uma janelinha na porta. Minutos depois, Gordon entra na sala.

- Desculpe... – disse Gordon – Outros psiquiatras viram as imagens da câmera antes de mim e me mandaram fazer isso... Não quis dizer nada lá porque eles iriam ver também. Desculpe, Nina...
- Tudo bem... Mas você acredita em mim? Acredita que agora eu sei o que houve? – perguntou Nina.
- Sim, sim... Conte-me... – disse Gordon, interessado. Nina começou a contar toda a história.
- E se quer saber... Acho que minha outra personalidade não é tão ruim assim... – disse Nina.
- Pode até não ser... Mas se ficar conversando assim, as pessoas não vão se aproximar de você... – disse Gordon.
- Acho que estou começando a controlar... Só não controlo quando sou ameaçada, por que daí ela aparece de uma vez... – disse Nina – Mas quando está tudo bem, ela é apenas uma voz...
- Tempo, Nina... Vamos dar um tempo nisso... – disse Gordon – Se quiser conversar com ela, disfarce, está bem?
- Pode deixar... Ah, quero o livro. – disse Nina.
- Está ali na cama... Sabia que você ia querer ler de novo... – disse Gordon.
- Obrigada, Gordon... Você é um ótimo amigo. – disse Nina.
- Shh... OK, OK... Mas não deve ficar dizendo isso... Vou indo agora. – disse Gordon, sorrindo.
- Lá vamos nós de novo... – disse Nina, pegando o livro.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:38 am

Capítulo XI – Fuga

- Primeiro dia... Estou tremendo... – disse Ian.
- Não se preocupe, querido... Sei que vai ser ótimo... – disse sua noiva. Nove anos haviam se passado desde que Ian foi preso por fugir com Nina. Ele voltou à escola após a suspensão, terminou os estudos e agora era técnico em informática indo para o primeiro dia de emprego numa empresa muito conceituada. A noiva dele era Gabrielle, os dois se aproximaram logo que Nina foi para o internato e desde então estão juntos.
- Mãe... Por que não para com isso?... – disse Ian, vendo que Sophie lia o jornal apressadamente.
- Já faz quase sete anos que nenhuma notícia de Nina sai nos jornais... Onde ela está? Como está?... Fico tão preocupada... – disse Sophie.
- Todos nós aprendemos a esquecê-la... Deveria fazer isso também... – disse Gabrielle – Perdeu nove anos da sua vida tentando salvá-la e não adiantou de nada...
- Não é tão fácil... Nove anos e ela ainda não sabe sobre os pais... Ninguém sabe... – disse Sophie.
[...]
- Me solta! – disse Nina, que agora era uma mulher, muito bonita por sinal.
- Está na hora do banho... Cada um tem seu horário de banho e se não tomar seu banho agora, só vai tomar amanhã! – disse o segurança, levando Nina até o banheiro. Nina não saiu mais daquele quarto escuro, e há dois anos atrás Gordon morreu de infarto, mas os psiquiatras arquivaram o caso como se Nina o tivesse matado. Ninguém naquele hospício confiava nela: os funcionários tinham medo dela porque ela matou um deles; os psiquiatras eram muito ocupados e mal-humorados, não tinham tempo de ouvir as histórias de Nina então julgavam a garota apenas pelas mortes que “ela” causou. O livro? No livro Letty passou a ser a queridinha em uma vila para a qual fugiu, mas a amiga havia traído ela e as duas se separaram. Nina bem que tentava, mas a história de Letty não parecia ter mais nenhuma ligação com sua história.
- É a hora, Nina... – disse a voz.
- Hora de que? – disse Nina, voltando ao quarto, após o banho.
- Se ficar falando sozinha, juro que lhe jogo na gaveta! – disse o segurança.
- Hora de fugir, Nina... – disse a voz. Segundos depois, Nina estava enforcando o segurança com um fio de telefone que percorria todo o corredor. Quando o segurança caiu, provavelmente morto, Nina correu pelo corredor até a saída de emergência, mas logo lembrou do livro.
- Eu tenho que pegar! – disse Nina.
- Não!... Por nada nesse mundo nós voltaremos lá dentro. – disse a voz, tomando o controle de novo. Nina correu até a cerca e começou a escalar, e alguns seguranças, que viram tudo pelas câmeras, a perseguiam. Quando ela chegou ao outro lado da cerca, um dos seguranças atirou nela, e a bala atingiu seu ombro, mas ela continuou correndo. O hospício ficava um pouco afastado da cidade, e era óbvio que ela não poderia pedir carona, pois estava baleada e com a roupa do hospício. Ela continuou correndo até chegar à estrada.
- O que está pensando em fazer? – perguntou Nina.
- Temos que pegar um carro... Não dá pra andar por aí desse jeito... – disse a voz.
- Roubar?!... Sabe que quando o hospício liberar minha ficha pra polícia eu serei uma das assassinas mais procuradas? E ainda quer roubar? – insinuava Nina.
- As coisas fugiram do controle, OK? Ofereci minha ajuda várias vezes... Quem sabe antes, com o Gordon, nós tivéssemos uma chance... Mas agora, já era... – disse a voz – A culpa é sua, por ter aceitado aqueles remédio que me bloquearam...
- Tá... Não tem outra solução mesmo... – disse Nina. Logo após a discussão, um carro passou, e Nina ficou na frente do carro, fazendo o motorista parar.
- Ô, sua maluca! Sai da frente, idiota! – gritava o motorista.
- Engula o que disse. – disse Nina, quebrando o vidro do lado do motorista.

Ela havia pegado a arma do segurança que enforcou e obrigou o homem a dirigir, pois Nina nunca teve a chance de aprender. Chegando a um certo ponto da cidade, Nina pediu para parar o carro e desceu, mas antes jogou a cabeça do motorista contra o volante, para que ele ficasse desnorteado e não a seguisse. Ela desceu num beco meio escondido, e subiu as escadas até um apartamento. Lá dentro, havia um casal dormindo no quarto, mas o resto da casa estava vazio. Nina pegou comida na geladeira e entrou silenciosamente dentro do quarto do casal e pegou uma roupa da mulher. Depois, Nina foi até o banheiro e no espelho, viu que estava com uma aparência péssima, lavou o rosto, limpou o sangue que tinha escorrido pelo corpo devido ao tiro e fez um curativo. Logo depois, saiu. Já era tarde da noite, e Nina não fazia idéia de onde estava, mas sabia que agora teria chances de procurar informações sobre a morte dos pais. Lembrando-se das coisas que havia no livro, Nina achou que poderia pedir ajuda a Hilary, que agora já deveria ter saído do internato, mas como achá-la depois de tanto tempo?

- Erm... Com licença... Eu acabei dormindo no ônibus e não era nesta cidade que eu deveria descer... Que cidade é essa? – perguntou Nina, mentindo.
- Liverpool... – disse um homem no posto de gasolina.
- Posso usar aquele telefone? – perguntou Nina.
- Pode. – disse o homem.
- Quem sabe Sophie não me ajuda... – disse Nina, enquanto discava o antigo número da casa de Sophie, mas logo outra pessoa atendeu e disse que Sophie não morava mais lá. Nina perguntou o telefone atual de Sophie e a mulher deu o número. Nina novamente ligou.
- “Alô?” – atendeu Ian.
- Sophie está? – perguntou Nina.
- “Está sim... Quem é?” – perguntou Ian.
- É Nina Martimore. – disse Nina. Do outro lado da linha, tudo se calou.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:39 am

Capítulo XII – A Ajuda

- “Nina!?” – disse Ian, sussurrando.
- Ian? É você? – perguntava Nina.
- “Sim... Onde você esteve?” – perguntou Ian.
- Eu vou poder explicar tudo, mas tenho que ir até aí agora... Precisa me ajudar... – disse nina.
- “Nina... Pra nós você é só uma lembrança... Eu prefiro que continue assim... Mamãe está muito mal e...” – Ian foi interrompido.
- Eu não sou uma lembrança... Ian, eu estou falando sério... Ninguém além de vocês pode me ajudar... Preciso sair de onde eu estou... Por favor... – insistia Nina.
- “Ah, não mãe... Ligaram errado.” – disse Ian, falando com a mãe do outro lado da linha, logo depois desligou.
- Não! – exclamou Nina, desligando o telefone.
- Não conseguiu falar? – perguntou o homem do posto.
- É meio complicado explicar... Mas sabe como eu posso sair daqui e ir até Los Angeles? – disse Nina, que sabia que o prefixo do telefone de Ian era de lá.
- Sem pegar nenhum avião?... Só pelo porto daqui... Quase sempre vão carregamentos pros Estados Unidos, só não garanto que é pra Los Angeles... – disse o homem.
- Me ensine o caminho do porto... O importante é que eu chegue aos EUA... Lá vai ser mais fácil. – disse Nina. O homem ensinou o caminho e quando Nina chegou ao porto já estava amanhecendo.

Ela falou com alguns homens e eles disseram que o próximo carregamento para a América do Norte sairia em duas horas e o navio atracaria em Eastport, em Maine, EUA. Nina concordou, mas sabia que não poderia ir a não ser que fosse escondida. Ela ficou mais um tempo no porto e quando o navio estava para sair, ela entrou pelo portão de carregamento, que fechava automaticamente. Lá dentro, no galpão de mercadorias, só havia caixas, ninguém por perto. Ela se encolheu no meio de umas caixas caso alguém aparecesse, mas acabaram descobrindo-a. Os três homens que haviam descido para aquele compartimento tentaram agarrá-la para jogar a garota pra fora do navio, mas Nina fez os três desmaiarem, depois de jogar vários objetos e caixas neles. Quando chegou a Maine, na manhã do dia seguinte, ela sabia que estava do outro lado do país e que precisava achar um meio rápido de chegar a Los Angeles. Ela pensou em pegar um trem, mas pediriam documentos. Talvez um metrô, só que ela não tinha dinheiro, mas mesmo assim foi até a estação. Ela foi andando até que esbarrou em um homem, fazendo-o derramar o café que estava segurando.

- Sua desastrada! – disse o homem, todo sujo de café.
- Me desculpe, desculpe mesmo... – disse Nina, saindo. Mais à frente, ela tirou a carteira do homem debaixo do suéter dela, e pegou todo o dinheiro. Logo depois Nina foi até a segurança da estação e entregou a carteira, dizendo que tinha achado-a no chão e seguiu para um dos metrôs, que iria parar em Denver, no Colorado, já na metade do caminho para Los Angeles. Nina chegou à tarde, e estava muito faminta. Com uma parte do dinheiro que roubara do homem, ela almoçou e depois comprou outra passagem de metrô, diretamente para Los Angeles. Ela chegou à cidade já de noite, e como ainda teria que procurar pela casa de Ian, ela dormiu em um quarto de hotel barato, no subúrbio da cidade. No dia seguinte, Nina procurou o nome de Ian na lista telefônica, mas não havia o endereço, só o número. Nina, novamente, tentou ligar.

- “Alô?” – dessa vez Gabrielle atendeu.
- Ah, bom dia... Houve uma pane num dos computadores dos correios e algumas informações de nossos clientes foram apagadas... Gostaríamos de confirmar seu endereço. – disse Nina, se passando por atendente.
- “Ah, claro...” – disse Gabrielle, que logo depois falou o endereço.
- Muito obrigada, tenha um bom dia. – disse Nina, desligando, mais aliviada. Ela pegou um táxi e com seus últimos trocados, chegou à casa de Ian. Ela olhou pelas brechas da cortina, e na sala não havia ninguém, então ela tocou a campainha.
- Já estou indo! – gritou alguém lá dentro, e pela voz parecia ser a mesma mulher que atendeu ao telefone, mas Nina não sabia que era Gabrielle.
- Oi... – disse Nina, quando a mulher abriu a porta – Ian mora aqui?
- Sim... Quem é você? – perguntou Gabrielle, também sem reconhecer Nina.
- Erm... Sou uma antiga amiga... Na verdade gostaria de falar com a mãe dele, Sophie... – disse Nina.
- Vou chamar... – disse Gabrielle. Logo depois Sophie apareceu na porta.
- Eu conheço você? – perguntou Sophie, tentando lembrar.
- Sou eu... Nina... – disse Nina, sorrindo.
- N... Nina... Oh meu Deus! Nina, é você! – disse Sophie, abraçando Nina.
- Já faz tanto tempo... – disse Nina, com os olhos cheios de lágrimas.
- Olhe só pra você... Está tão linda... Parece muito com sua mãe... – disse Sophie. Logo depois, Gabrielle voltou à porta, pois tinha ouvido os gritos de Sophie.
- Nina?!... Onde você esteve esse tempo todo... – perguntou Gabrielle.
- É uma longa história... Passei por coisas terríveis e eu não pude evitar nenhuma delas... Tudo o que eu tinha foi tirado de mim... Menos a minha esperança... – disse Nina. Logo depois, um carro parou em frente a casa, e Ian desceu dele. Não reconheceu Nina, mas com as lágrimas da mãe e a semelhança de Nina com Victoria, Ian não teve dúvidas.
- Nina... Me diga que não fez isso... – disse Ian, mostrando uma foto do jornal dessa manhã, dando a notícia de uma fugitiva do hospício.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:40 am

Capítulo XIII – A Busca

- Um segurança morto se junta à lista de assassinados por Nina Martimore, que fugiu na última quinta do Centro de Tratamento Psiquiátrico de Glasgow, na Inglaterra. – disse Ian, lendo o jornal – Quem a vir deve informar a polícia, pois Nina pode ter distúrbios espontâneos e é extremamente perigosa.
- Ninguém entende o que eu estou passando... – disse Nina, quase chorando.
- Nina... Você fez mesmo isso? – perguntou Gabrielle, espantada.
- É melhor entrarmos e eu vou explicar tudo... – disse Nina.
- Não mesmo!... Nenhuma assassina vai entrar na minha casa! – disse Gabrielle.
- Gabrielle! – exclamou Sophie.
- Gabrielle?!... A minha amiga Gabrielle? – Nina se espantou.
- Sua ex-amiga!... Achei que as coisas tinham fugido do controle Nina... Só não sabia quanto... Você é uma maníaca assassina agora... Não deveria ter fugido de lá... É lá o seu lugar... No hospício! – disse Gabrielle, alguns vizinhos olhavam pela janela.
- Gabrielle, chega! – disse Ian – Vamos todos pra dentro, lá resolvemos. Ao sentarem, Nina contou tudo, sobre Gordon, o policial, a funcionária, o livro, a voz, etc.
- Quer dizer que não é você? – Ian tentou entender.
- Não... Ian... Você tem que me ajudar... – disse Nina, implorando.
- Querida, qualquer coisa que você precisar nós vamos tentar conseguir... Sei que ainda quer saber sobre sua família. – disse Sophie.
- Obrigada... Muito obrigada... Só tenho a vocês agora... – disse Nina.
- Onde você precisa ir? – perguntou Ian.
- Vocês sabem onde meus pais moraram quando vieram pra cá? – perguntou Nina.
- Aqui Nina... – disse Sophie.
- Nesta casa?! – perguntou Nina, espantada.
- Exato. – disse Ian.
- Oh... A polícia tirou fotos... O corpo do seu pai estava logo ali. – disse Sophie, apontando para um lugar no carpete.
- O.O... Posso ver as fotos?! – perguntou Nina.
- Claro, mas... Você será forte o bastante, Nina? – perguntou Ian.
- Sim... Estou esperando por isso há algum tempo... – disse Nina. Nina e Sophie subiram até um quarto, e lá, de dentro de uma caixa, Sophie mostrou um montinho de fotos, tiradas do corpo do pai de Nina. A garotinha, que agora era uma mulher, ficou espantada, pois o pai estava estirado no chão, mas não havia nada, nenhuma marca ou mancha de sangue.
- Ninguém sabe como isso é possível... A polícia afirmou que ele morreu asfixiado, mas não sabem como. – disse Sophie – Mas o mais estranho... É que sua mãe ainda estava viva.
- O que?! – perguntou Nina, espantada.
- Tinha sido tudo muito recente... Os médicos tentaram reanimá-lo, levaram para o hospital, mas nada... – disse Sophie, choramingando.
- Espera! Minha mãe morreu tempos depois de me ligar... Talvez meu pai já estivesse morto... Eu lembro... Ela estava com uma voz estranha... – disse Nina, tendo alguns flashes.
- Isso muda tudo, não é? – disse Sophie.
- Não... Não importa quem morreu primeiro... O que importa é que estão mortos agora e eu não sei como... – disse Nina – Só não entendo porque disseram que ele tinha escapado do acidente... Se ele nem estava lá.
- Exato... Disseram que ele não tinha se ferido... Mas ele já tinha morrido... Talvez nem estivesse no acidente e... – Sophie foi interrompida.
- É isso! Era outra pessoa que estava no carro... Outro homem... – disse Nina – E ele ainda está vivo... Apenas sumiu para nos despistar... Sophie, ainda temos uma chance de descobrir tudo!
- VOCÊ tem uma chance... Eu não posso ir com você... Estou muito velha... Mas sabe que o que precisar eu conseguirei pra você... – disse Sophie.
- Obrigada... – disse Nina. Instantes depois, ela ouve um barulho de sirenes.
- Oh, não... Eu tenho que ir... – disse Nina. Ao descer, Gabrielle estava no meio da escada.
- Você não sai daqui... Eles vão te levar... – disse Gabrielle. Alguém bateu na porta, provavelmente os policiais.
- Não... Gabrielle, não... – disse Nina, triste. Ian vinha da cozinha, sem saber o que estava acontecendo.
- Ué... Vocês não ouviram... Bateram na porta... – disse Ian, indo até a porta.
- Ian! Não! – avisou Nina – Gabrielle chamou a polícia... Me tire daqui, por favor...
- Certo... Vamos pelos fundos... – disse Ian.
- O que?! Polícia, entre! – gritou Gabrielle.
- Corre, Nina! – disse Ian, empurrando Gabrielle para o lado da escada para Nina poder passar. Os dois correram até a garagem e saíram por um beco que tinha nos fundos da casa. Mesmo assim, a polícia os viu e começou uma perseguição.
- Eles vão nos seguir... Vai dar tudo errado que nem há nove anos atrás... – disse Nina.
- Não... Não vai... – disse Ian, acelerando. Sempre que podia, ele cortava caminho por uma rua paralela ou então entrava numa rua na contramão. Eram três carros de polícia e um deles já havia batido numa parede, por ter feito uma curva muito rápido. De repente, os dois outros carros começaram a se distanciar, até que Nina e Ian haviam sumido completamente de vista.
- Agora estamos foragidos... De novo... – disse Nina.
- Qual a próxima parada? – disse Ian.
- Não sei... Precisamos ir até o hospital... Preciso ver uns arquivos... – disse Nina – Nossa busca só está começando...

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:40 am

Capítulo XIV – A Pista

- Com licença... Vocês costumam guardar os prontuários dos pacientes? Ou pelo menos alguma informação sobre eles... – perguntou um garoto, na recepção do hospital.
- Sim... Guardamos tudo... Fale com o médico-chefe... – disse a recepcionista. O garoto seguiu e falou com o médico-chefe, que logo lhe deu um papel, a cópia da relação de pacientes do dia 27 de novembro de 1998, dia da morte do pai de Nina, e também dia do sumiço desse misterioso homem. O garoto pegou a cópia e saiu correndo até o estacionamento.
- Aqui está. – disse o garoto.
- Obrigado. – disse Ian, no carro, pegando a cópia e dando dinheiro ao garoto, que foi embora. Ian sabia que passaria a ser procurado logo depois que colocou os pés para fora de casa junto com Nina. Ao lado dele, Nina pegou a cópia da relação e começou a ver nome por nome, até que o 3º nome da lista não era estranho para a garota.
- Veja, Ian... Marcus Griffith... É meu padrinho... – disse Nina.
- Será que é ele? – perguntou Ian.
- Não... Acho que foi coincidência... Ele deu entrada no hospital de madrugada... E minha mãe morreu por volta das 9 da manhã – disse Nina, que parou de repente – O padrinho...
- O que tem? – perguntou Ian.
- O padrinho da Letty a ajudava a fugir... Que nem você me ajudou... Essa foi uma das primeiras diferenças que eu notei... – disse Nina – Talvez meu padrinho também me ajude... Mas não sei onde ele está.
- Nem eu... Ele não deu mais notícias desde... Desde que seus pais morreram... – disse Ian, meio confuso.
- O.O... Será que ele tem algo a ver? – perguntou Nina.
- Não custa saber... – disse Ian.
- Agora que você falou... Talvez eu precise continuar lendo o livro... – disse Nina.
- Ainda com essa baboseira de livro?! – disse Ian, que não acreditava nessas coisas.
- Claro!... Você não viu nada... Só que de uns tempos pra cá ficou tudo muito diferente, na verdade, tudo totalmente ao contrário... Mas agora parece que as coisas estão começando a se encaixar novamente... – disse Nina.
- E onde está o livro? – perguntou Ian.
- No hospício... – Nina se desanimou.
- Hm... Então não vai pegá-lo de volta? – deduziu Ian.
- Eu não disse isso... – disse Nina, sorrindo.
[...]
- É difícil acreditar que ela seja louca... Aliás, me parece bem sensata... – comentava uma policial, na mesa de reuniões do FBI.
- Não acredito que está dizendo isso... – disse um investigador.
- Veja bem... Nosso primeiro contato com ela fora do hospício foi na estação de metrô... Ela estava sem dinheiro... Então rouba uma carteira disfarçadamente, retira o dinheiro e a entrega no setor de Achados e Perdidos... Primeiro, uma louca jamais faria isso... Segundo, uma assassina só consegue as coisas matando... Deduzo que ela não seja nenhuma das duas hipóteses... – disse a policial.
- Agente Hyuka... Isso é loucura... Como pode defender uma das piores criminosas de todos os tempos... Ela cometeu o primeiro assassinato aos 15 anos! – disse o investigador.
- DISSERAM que ela cometeu... Sangue na roupa dela apenas a torna uma suspeita... – disse a agente. Deve estar se perguntando por que alguém defenderia tanto a Nina... A Agente Hyuka era Kim, a antiga amiga de Nina, que coincidentemente está no grupo que cuida da fuga dela para os EUA.
- Kim... Você é jovem... Ainda tem muito que aprender... – disse o investigador.
- Harris... Você é muito velho... Não tem muito a oferecer... – retrucou Kim. Harris a olhou com indiferença e depois saiu da sala.
[...]
- Nina... Como vamos voltar pra Europa? – Ian perguntava.
- Ué... Se eu consegui voltar pra cá... Posso voltar pra lá também... – disse Nina.
- Veio pra cá porque ninguém te procurava aqui ainda... Mas agora todos te procuram... – disse Ian. Segundos depois, seu celular toca.
- “Querido... Sou eu... Estou ligando do meu celular, trancada no quarto...” – disse Sophie.
- Mãe... Ainda têm policiais aí?! – perguntou Ian.
- “Sim... Estão lá embaixo filtrando o telefone da casa, no caso de você ligar...” – disse Sophie.
- Droga... Mãe sabe onde está o Marcus? – perguntou Ian.
- “Meu primo? Não... Nunca deu notícias... Já faz alguns meses...” – disse Sophie.
- Meses?... Então foi a menos tempo do que eu esperava... O que ele queria? – perguntou Ian.
- “Perguntou se eu estava bem... Se tinha notícias da Nina... Ele é o padrinho dela... Tinha que perguntar alguma coisa...” – disse Sophie.
- Disse onde ele estava morando? – perguntou Ian.
- “Paris... Quer dizer... Ele falou de alguma coisa sobre Paris, mas não sei se ele mora lá... Não lembro direito, mas por que quer saber?” – perguntou Sophie.
- Não é nada mãe... Estamos seguindo uma pista... Quando puder eu ligo, ou você liga, não sei... Tchau. – disse Ian, desligando – Ele pode estar em Paris, Nina.
- Então... Indo atrás do livro ou indo atrás do Marcus, nosso destino é a Europa... – disse Nina.
- Como vai fazer? – perguntou Ian.
- Acho que vou pedir a ajuda de uma velha amiga... – disse Nina, sorrindo.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:41 am

Capítulo XV – O Plano Perfeito

- A garagem de aviões do aeroporto... Nina, você não espera que eu pilote um avião, né?! – disse Ian.
- Não... Porque você não vai comigo... – disse Nina.
- Como assim? Nina, eu não entendo mais nada... – disse Ian.
- Você não pode ir... Veja, logo ali há um piloto... Fique aqui e espere que eu lhe chame. – disse Nina, indo em direção ao homem.
- Boa noite senhora, o que deseja? O aluguel de aviões só é permitido até as 9:00 da noite... Já encerramos... – disse o homem.
- Não pra mim... – disse Nina, sacando uma faca. Ian olhava espantado atrás do portão.
- E... Eu... – gaguejava o piloto.
- Pegue um avião! Depressa! – disse Nina. O piloto pegou um monomotor e deu partida.
- Nina!... – chamou Ian. Ele colocou alguma coisa no bolso de Nina.
- Chame a polícia... Diga que eu te fiz de refém e te obriguei a fugir comigo, mas te deixei aqui para fugir sozinha... Eles vão acreditar... – disse Nina, fechando a porta do avião, que decolou em seguida. Ian fez como foi combinado, mas ficou preocupado com Nina.
[...]
- Quanto tempo falta? – perguntou Nina, no avião.
- Umas duas horas... Mas vão nos rastrear... Seja quem você for eles vão te pegar! – disse o piloto. Eles continuaram voando por quase duas horas, mas a torre de controle fez contato com o avião.
- “Aeronave hostil... Identifique-se... Esta zona está fora da sua rota... Repito... Identifique-se”. – dizia o rádio. O piloto olhou para Nina, esperando que ela o dissesse o que fazer.
- Já dá pra ver a terra... Onde vamos pousar? – perguntou Nina.
- Liverpool. – disse o piloto, nervoso.
- Hm... Estamos perto... Vou descer aqui. – disse Nina, encravando a faca na perna do piloto, que perdeu o controle da aeronave. O avião começou a cair, e quando estava perto de atingir a água, Nina tirou o cinto e pulou pela porta do avião, caindo a alguns metros dele. Ela continuou nadando até a margem, numa praia. A praia estava deserta, pois era madrugada. Nina descansou um pouco na areia e continuou caminhando até umas rochas, onde ficou escondida. Ela deduziu que estava mais próxima do livro do que de Marcus, então decidiu seguir até Manchester, onde ficava o hospício. Mas havia um problema... Como pegar o livro sem que a vissem ou reconhecessem?
[...]
- Já falei... Nina é uma descontrolada... Tive medo de me recusar a fugir e ela acabar fazendo algo com a minha família... – mentia Ian, em casa.
- Sabe pra onde ela foi? – perguntou um policial.
- Não... Ela seqüestrou um piloto e os dois decolaram e me deixaram no aeroporto... – disse Ian.
- Ela falou alguma coisa importante enquanto você estava com ela? – perguntou novamente o policial.
- Não... Ela só me obrigou a dirigir até o aeroporto... – disse Ian. Sophie olhava pra ele nervosa, pois sabia que era mentira.
- Vamos deixar alguns policiais na frente da casa, no caso de Nina voltar... Não se preocupem, vocês estão seguros agora... – disse o policial, saindo com a equipe do FBI.
- Ian... Meu Deus... Quase morro de medo que aqueles policiais descobrissem alguma coisa... – disse Sophie, abraçando Ian – Onde está a Nina?
- Ela voltou pra Europa... Vai atrás do Marcus e do livro... Não sei qual ela foi procurar primeiro... – disse Ian.
- Precisamos ajudá-la... Ela está sozinha lá... Se a acharem ela vai estar perdida... – disse Sophie.
- Prefiro que seja assim... – disse Gabrielle.
- Passou o dia calada e agora abre a boca pra falar besteiras! – resmungou Sophie.
- Chega... Vocês duas! – gritou Ian.
- Então defende a Nina, né? – insinuou Gabrielle.
- Não estou contra nem a favor de ninguém... Nina está tentando provar a inocência e nós só estamos ajudando... É errado, eu sei, mas se nós não fizermos isso, ninguém mais fará... – disse Ian – Eu vou descansar um pouco...
- Eu vou com você... – disse Gabrielle.
- Ah, mãe... – Ian sussurrou alguma coisa no ouvido da mãe para que Gabrielle não escutasse. Ela, na escada, olhava os dois com raiva.
[...]
- É isso... Tenho que ir até aquele hospício. – disse Nina, levantando. De repente, alguma coisa no seu bolso começou a vibrar. Era o celular de Ian, enrolado num saquinho.
- “Nina?” – falava Sophie.
- Sophie... Está tudo bem? Ian está bem? – perguntou Nina.
- “Sim... Ele enganou os policiais... Querida, como você está?” – perguntou Sophie.
- Estou bem... Ninguém me viu ainda... – disse Nina.
- “Tome cuidado... Tem alguma coisa de que precise?” – perguntou Sophie.
- Sim... Preciso do Ian... É o único com quem eu posso contar... Ele está aí? Preciso falar com ele... – disse Nina.
- “Vou chamar”. – disse Sophie. Enquanto Nina esperava, ela ouviu barulhos de carro, vários carros, e saiu de trás das rochas para ver. Os bombeiros e um furgão da marinha estavam chegando na praia, talvez para socorrer o helicóptero que havia caído.
- “Alô?” – disse Ian, ao telefone.
- Ian! Ian, eu preciso que vá pra Manchester... Eu não posso falar agora, tem bombeiros aqui perto... Você precisa ir... Por favor... – disse Nina.
- “Está bem...” – disse Ian. Nina desligou em seguida.
- Quem era? – perguntou Gabrielle.
- O pessoal da empresa... Quis saber por que eu faltei o trabalho hoje à tarde... – disse Ian, mentindo.
- Acha que eu não sei quando está mentindo?! – Gabrielle começou a discutir.
- Não importa o que você diga... Eu não vou deixar de ajudar alguém só porque você acha que eu não devo! – resmungou Ian.
[...]
- Uh... Minha perna... – resmungava o piloto, já socorrido, a caminho da ambulância. Nina ficou lá mais alguns instantes para ver.
- Você estava no helicóptero, moça? – perguntou um bombeiro – Ei! É a Martimore!
- Ah! – Nina deu um grito e o policial a segurou. Nina tentou se soltar enquanto os outros bombeiros chegavam, mas ela sozinha não podia.
- Venham depressa, ela está se soltando! – gritava o bombeiro.
- É nisso que dá se meter no meu caminho... – disse Nina, quebrando o pescoço do bombeiro. Ela correu até o fim da praia e forçou o motorista da ambulância a dirigir, fugindo dali.
- Central de Polícia, aqui é o sargento Myers do corpo de bombeiros. Aviso: Nina Martimore está na cidade e seqüestrou uma ambulância. Repito: Nina Martimore está na cidade, seguindo para o leste! – avisava um dos bombeiros. É... Mais um dia na vida de Nina Martimore...

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:43 am

Parte XVI – O Julgamento

- Uh... Meu Deus... Estou vivo!... – exclamava o motorista da ambulância, acordando depois de ter recebido uma forte pancada na cabeça. Não havia sinal de Nina por ali, mas ele ouviu algumas sirenes indicando que a polícia estava seguindo o GPS do carro. O carro estava estacionado próximo a uma placa, onde se lia: “Bem-vindo à Liverpool”.
[...]
Não muito longe dali, Nina andava pelo acostamento da estrada, ainda meio desnorteada, pois o carro havia batido numa árvore. Ela avistou algumas luzes ao longe, algo que parecia uma fábrica, ou um presídio, ou... Um hospício.

- Então é ali... – disse Nina, com um olhar suspeito.
[...]
- Preciso falar com a Nina... – murmurou Ian, sentado no aeroporto esperando o embarque de seu vôo. Ele pegou o celular e resolveu ligar pra ela, pois esperava que ela ainda estivesse com o celular que ele havia dado antes. No banco da ambulância, um celular começa a vibrar.
- Veja, senhor... Há um telefone ali! – disse um dos policiais que chegaram.
- Hm... “Ian”... Então ele nos enganou... – disse o sargento, identificando o dono do número.
- O que vamos fazer, senhor? – perguntou o policial.
- Tomar as providências necessárias, se é que me entende... Ele e Martimore devem estar planejando algo... – disse o sargento.
[...]
- “Atenção passageiros do vôo 458 da Euros Airlines, dirijam-se ao portão 4.”

O vôo estava trinta minutos atrasado e Ian estava impaciente. Embora Nina parece decidida com sua “personalidade” forte, ela poderia estar correndo perigo. Ao passar pelo portão de embarque, Ian é barrado.

- Ian Martimore? Precisamos falar com você. –um dos seguranças do aeroporto o parou.
- Claro... – disse Ian, calmo. Ele disfarçadamente largou o telefone na lata de lixo, enquanto caminhava à sala de segurança.
[...]
- Mas que grande erro, Nina... – sussurrou a voz.
- Ahn? Por quê? – perguntou Nina, olhando pros lados, verificando se havia sido seguida.
- O celular. – disse a voz.
- Oh, não... – disse nina, verificando os bolsos da calça – Droga!
- Não se preocupe, Nina... Eu estou aqui. – disse a voz. Nina sentiu uma forte dor de cabeça e ficou inconsciente.
[...]
- Ela não deve ter ido muito longe! Temos que ir atrás dela... A Segurança do aeroporto já pegou Ian. – avisou um policial, dando ordens aos outros.
- Vamos enviar viaturas para cobrir toda a área num raio de dois quilômetros. – disse o sargento.
- Não precisa se esforçar tanto! – gritou Nina, no fim da estrada – Eu estou me entregando!
- Isso parece muita mentira... – sussurrou um policial para outro.
- Aproxime-se com as mãos pra cima! Não tente nenhuma graçinha! – gritou o sargento.
- Não faço graçinhas quando estou falando sério... – disse Nina, que chegou mostrando os pulsos, indicando que podiam algemá-la.
- Foi fácil demais pra ser verdade... – disse o policial, travando as algemas.
[...]
- Não sei onde ele está! Já falei que fui roubado! – dizia Ian, preso a uma cadeira, numa sala.
- As câmeras de verificação das malas indicaram que você estava sim com seu celular aqui. – disse calmamente o segurança – O que diz sobre isso, Sr. Martimore?
- Hm... Vocês são espertos... – disse Ian, baixando a cabeça.
- Ian Martimore, você está detido por omissão de provas e por ser cúmplice de uma assassina procurada. – disse o segurança, soltando-o da cadeira, para algemá-lo.
- Senhor! Nina Martimore se entregou... Ela estava na entrada para a cidade de Liverpool. – disse um outro segurança, entrando na sala. Ian tremeu por um instante, jamais suspeitaria que Nina fizesse isso.
- Ah... Então Ian, você terá a chance de ver Nina martimore quando chegar o dia do julgamento de vocês... – disse o policial, sorrindo.

O que acontecerá agora..?

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:45 am

Capítulo XVII – Caminhos

- Bom dia, Nina. Sou o Investigador George Harris. – disse o homem, ao entrar. Nina passara a noite numa cela – Vamos começar... O que exatamente aconteceu na noite em que Wilson Harris morreu?
- Você é alguma coisa dele? – perguntou Nina, desviando o assunto.
- Ele era meu irmão... – disse o Investigador, secamente.
- Que mundo pequeno... É complicado perder alguém da família, não é? – insistiu Nina.
- Creio que você esteja tentando fugir do assunto. – disse George. Nina o encarou.
- Harris me chamou para uma conversa na sala dele... Eu estava meio frustrada, era meu primeiro dia lá, e ele ficou bravo com o meu comportamento... Depois eu lembro de ter sentido uma dor de cabeça forte, depois só lembro de acordar no dia seguinte com uma das funcionárias me chamando. – disse Nina – Algo me diz que havia alguém na sala além de nós.
- Bem... Tendo em vista seu delicado estado psicológico, pode ter sido “sua outra parte” não é? – perguntou George.
- Não... Não é assim que acontece... – disse Nina – Por que acha que eu me entreguei? Eu adoraria que vocês ouvissem o que eu tenho a dizer...
- E eu adoraria ouvir realmente... Diga-me, se não foi você quem matou Harris, quem foi? – perguntou George.
- A esposa dele. – disse Nina. George ficou imóvel durante alguns segundos.
- Tem certeza? – perguntou George.
- Eu sei que você quer encontrar o assassino do seu irmão... E sei que você sabe que a esposa dele tinha motivos para matá-lo... Você não quer admitir, mas sabe que eu sou inocente, e sabe que eu também tenho assassinos para encontrar. – disse Nina. Não era nenhuma armação, Nina estava fazendo George desmoronar emocionalmente só em falar a pura verdade.
- Creio que será melhor chamar outra pessoa para que continue o interrogatório... – disse George.
- Não... Continue você... Não quer saber sobre os incidentes do hospício? – perguntou Nina.
- Erm... Está bem, conte-me. – disse George, sentando novamente.
- Essa voz... Essa pessoa que aparece, geralmente só vem quando eu sou ameaçada... Havia um homem que me perseguia, me ameaçava, um investigador, por quem eu sinto uma raiva muito grande... O nome dele? George Harris. – disse Nina, olhando nos olhos dele.
- Então você lembra? – perguntou George, encarando-a – Ainda tenho a marca da facada que você me deu...
- Vê agora? Se você não me ameaçar vai ficar tudo bem... – disse Nina – Eu não sou uma ameaça...
- Senhor! Ian Martimore acaba de chegar. – um policial entrou para avisar.
- Ian? Eu quero vê-lo. – disse Nina.
- Receio que não... Leve-o para a sala de interrogatório II, eu estou a caminho. – disse George.
- Por que não me deixa vê-lo?! – perguntou Nina.
- Talvez mais tarde... Preciso ter uma conversa com ele primeiro... – disse George, saindo.
- Primeira regra: Nunca me contrarie... – sussurrou Nina, vendo George sair.
[...]
- Por que mentiu para os policiais na noite em que você ajudou Nina a sair do país? – perguntou George.
- Ela tinha um bom motivo pra fugir de vocês... Ela sempre falou a verdade e ninguém acreditou. – disse Ian.
- Para os olhos da justiça, você foi cúmplice de uma assassina, nada mais. – disse George.
- Mas aos olhos da Nina eu sei que eu fui um grande amigo, e isso é o que me importa. – disse Ian, com um leve sorriso. George ficou mais sério.
[...]
- Não dá pra acreditar! – reclamava Gabrielle, andando de um lado para o outro da sala.
- Acalme-se... Ian e Nina vão ficar bem... – disse Sophie.
- Não! Quero que aquela idiota morra na cadeia! Mas Ian não tem nada a ver com as loucuras da Nina! – gritava Gabrielle – Maldito o dia em que ela voltou...
- Cale-se! – disse Sophie, levantando da poltrona – Nina é vítima de sua própria história... A coitada nunca soube o que aconteceu com os pais... Quero muito que ela descubra e viva em paz daí em diante...
- Não vou ouvir isso... Vou agora mesmo pra Liverpool, quero estar com Ian quando ele for inocentado. – disse Gabrielle, subindo as escadas.
[... À noite.]
- Nina... – sussurrou Ian, chegando até a cela.
- Ian! – Nina, que estava presa, levantou-se e foi até ele, com um sorriso nos lábios.
- Eles vão acreditar em você... Daí você poderá descobrir quem matou seus pais... – disse Ian, sorrindo.
- Daí “nós” poderemos descobrir, não é? – perguntou Nina. Ian ficou sério.
- Tenho que voltar para Los Angeles... Eles apreenderam meu passaporte e quando eu voltar não vou poder sair do país até que eles permitam. – disse Ian.
- Mas... – Nina ia falar, mas se calou.
- Vai dar tudo certo. – disse Ian, apertando as mãos de Nina. Ela parou um instante.
- Quem sabe, um dia, a gente se veja de novo... – disse Nina, com lágrimas nos olhos.
- Vamos nos ver, sim... E será em breve, eu prom... – Ian foi interrompido.
- Não prometa o que não sabe, talvez eles nunca mais me deixem sair... Então, adeus Ian. – disse Nina, voltando para o fundo da cela. Ian a olhou um instante e foi embora.
- Tem razão... Eles nunca vão deixar você sair daqui Nina... – disse a voz.
- Está me pedindo pra fugir?... – disse Nina, com raiva.
- Sabe... Às vezes o caminho certo é o caminho errado... Você tentou convencê-los, mas eles não acreditaram... Agora o melhor jeito é terminar o que você começou sem a ajuda deles e sem a ajuda do Ian... Só eu e você. – disse a voz.
- Onde nós paramos? – perguntou Nina.
- No livro... – disse a voz, com um tom malicioso.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:47 am

O Livro de Letty N1ytd2

Capítulo I – Mudanças

Dois anos se passaram desde os últimos acontecimentos... Além de tudo o que parecia já estar diferente, muito mais coisas mudaram...

[Los Angeles]
- Papai... Onde está a mamãe? – perguntou Lara, acordando quase ao meio-dia.
- Oi... Ela disse que precisava ver um parente doente... Vai voltar à noite talvez... – disse Ian, abraçando a filha.
- Onde está a vovó? – perguntou Lara.
- Hm... Eu não sei... Ela estava aqui agorinha. – disse Ian, olhando ao redor.
[... Paris - França]
- “Hotel Niksford, boa noite?” – dizia a recepcionista, ao telefone.
- Boa noite... Gostaria de informações sobre um hóspede, Marcus Griffith. – disse uma mulher.
- “Sim, claro... Hm... Ele está no quarto 704, você gostaria de deixar algum recado para ele?” – perguntou a recepcionista.
- Ele está aí agora? – perguntou a mulher.
- “Sim, não há registros de que ele saiu.” – disse a recepcionista.
- Diga a ele que Nina Martimore está indo visitá-lo. – disse a moça.
- “Está bem, seu recado será dado imediatamente.” – disse a recepcionista.
- Mais uma coisa... Diga que, mesmo que ele não queira, eu irei visitá-lo de qualquer jeito. – disse Nina, desligando.
[... Liverpool - Inglaterra]
- Investigador Harris. – disse Harris, atendendo ao telefone.
- “É você quem cuida do caso Martimore, não é?” – perguntou alguém.
- Sim... E quem fala? – perguntou Harris.
- “Isso não interessa agora... Mas o que eu sei é que você odeia a Srta. Martimore, mesmo que tenha dado o hábeas corpus pra ela...” – disse a voz.
- Quem é você? O que sabe?! – perguntou Harris, com raiva.
- “Você ainda não precisa saber quem eu sou... Só precisa saber que estamos do mesmo lado, e que Nina Martimore mais cedo ou mais tarde vai causar problemas novamente”. – disse a pessoa, desligando.
[... Paris]
- O Sr. Griffith está esperando na mesa próxima à janela. – disse o garçom. Nina andou até a mesa, olhando para Marcus, que estava de costas para a porta.
- Marcus... – suspirou Nina, aproximando-se.
- Nina! Querida... Não sabe o quanto eu lamento não ter podido estar com você durante todos esses anos... – disse Marcus, que se levantou e abraçou-a logo que a viu.
- Preciso conversar com você... Deve imaginar sobre o que eu quero falar... – disse Nina, sentando-se.
- Sim... Entendo... – disse Marcus – Pode perguntar o que quiser...
- Por que você sumiu logo que meus pais morreram? – Nina foi direta.
- Bem, eu tive alguns problemas aqui na Europa... Não sei se você lembra, eu trabalhava numa multinacional... Fui chamado para integrar uma equipe que viria trabalhar temporariamente na sede, mas eles acabaram me pedindo pra ficar de vez aqui... Isso foi uma semana depois do acidente... – disse Marcus.
- Sim, eu lembro da empresa... Você não chegou a falar com meus pais no dia em que eles chegaram? – perguntou Nina.
- Não... Pelo que eu soube aconteceu tudo algumas horas depois que eles chegaram... – disse Marcus.
- Não minta pra mim. – disse Nina.
- O que?! – espantou-se Marcus.
- Você mente... Eu sinto isso... Você não me engana e é bom que comece a falar a verdade. – disse Nina, mais agressiva.
- Nina... Não sei o que está pensando... – disse Marcus, olhando-a assustado.
- Você sabe algo mais e não quer me dizer... Mas eu já sei onde encontrar você... É bom que você pense no assunto e me conte tudo, senão da próxima vez eu não serei tão compreensiva. – disse Nina, levantando-se da mesa. Logo ela saiu, e Marcus percorreu seus passos com os olhos, que estavam assustados.
[...]
- Mãe! – chamava Ian, andando pela casa, procurando Sophie. Ele achou um bilhete na mesinha da sala. “Filho, eu não estou em casa, mas não posso dizer pra onde eu fui. Espero poder voltar ainda hoje, mas caso eu não volte, não se preocupe.”, era o que o bilhete dizia.
- É da vovó? – perguntou Lara.
- É, mas... Nem de longe essa letra é dela... – murmurou Ian, segurando o papel.
[...]
- Nina... Estava mesmo procurando você... – disse alguém, enquanto Nina andava pela calçada.
- Ahn?... O que você quer comigo? – perguntou Nina, virando-se surpresa.

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 10:48 am

Capítulo II – Falso Seqüestro

- Ian não me deixava em paz desde que você foi presa... – dizia Gabrielle – Olhe, Nina, eu não ligo para o que você é realmente, mas não vou perder o Ian de novo... Então eu vim aqui.
- Então Ian não sabe que você está aqui? – insinuou Nina.
- Não. Agora que o passaporte dele foi liberado, ele poderia ter vindo se quisesse... Se soubesse...
- Afinal, pra que você veio? – perguntou Nina, desconfiada.
- Eu recebi uma ligação ontem... Se qualquer outra pessoa soubesse disso poderia agir da maneira errada... Nina, Sophie foi seqüestrada. – disse Gabrielle, um pouco nervosa.
- Por quem? – perguntou Nina, friamente.
- Eu não sei... Estou preocupada, mas não poderia contar isso pra mais ninguém além de você... – disse Gabrielle, parecendo irritada pelo fato de não poder confiar em mais ninguém além de sua inimiga.
- Sei... E o que disseram na ligação? – perguntou Nina.
- Parece que o seqüestro não tem ligação com você, foi uma coincidência... – disse Gabrielle – Assim como todos os seqüestros, eles querem dinheiro... Querem trezentos mil dólares.
- É muito dinheiro... Logicamente não vão poder pagar isso... O que querem fazer? – perguntou Nina.
- Já avisamos a polícia, mas eles também parecem não saber direito o que fazer... Você poderia ajudar... – disse Gabrielle.
- Eu? Ah... Quer que eu vá procurar e salvar Sophie com as minhas próprias mãos... Esqueça! Não passei sete meses presa para ir para a cadeia de novo.
- Você é uma imprestável mesmo! Depois de tudo o que a Sophie fez por você... Você deve isso a ela. – disse Gabrielle, dando meia-volta.
- Gabi! – exclamou Nina, um pouco receosa de ter chamado a antiga amiga pelo apelido – Por favor, me mantenha informada...
- Não vou mais fazer favores pra você, Nina... Não finja que parece se importar. Vejo que foi um erro procurar você depois de tudo... Adeus. – disse Gabrielle, indo embora, com um sorriso suspeito.
[... No dia seguinte].
- É loucura... – sussurrou Harris, sentado num banco de praça. A pessoa que ligara para ele no dia anterior ligou novamente, marcando um encontro. Harris esperava ansiosamente que seu contato misterioso chegasse.
- Boa tarde. – murmurou alguém, chegando por trás dele.
- Hm... Eu conheço você. – suspirou Harris, encarando o homem.
[...]
- Parece que todos resolveram dar uma festa na Europa e esqueceram de me chamar... – disse Ian, achando envelopes de passaporte na lixeira do escritório. O telefone tocou enquanto ele jogava os envelopes de volta.
- “Alô? Querido?” – murmurava alguém.
- Mãe? – Ian pareceu surpreso – Onde você está?
- “Pelo amor de Deus, diga que ainda está do lado da Nina...” – dizia Sophie, nervosa.
- Claro! O que houve? – perguntou Ian.
- “Parece que além de nós dois, todos estão contra ela... Todos mesmo.” – disse Sophie.
- Do que está falando? – perguntou Ian.
- “Gabrielle está aqui e está tramando alguma coisa...” - disse Sophie.
- “Aqui”? Você também está na Europa? – espantou-se Ian.
- “Sim... E você deve vir para Paris imediatamente... Traga Lara com você. Dou graças a Deus que ela não é filha de Gabrielle”... – disse Sophie, aliviada.
- Estarei aí em breve... Tchau. – disse Ian, desligando.
[...]
- Então... Nina está chegando muito perto da verdade... Você não entende o quanto isso é perigoso pra mim. – disse Marcus, sentado no banco com Harris.
- Entendo... Mas desde que interroguei Nina, há dois anos atrás, não sei em quem acreditar... – suspirou Harris, meio confuso.
- Não deveria acreditar nela. Quando aparecer alguma pista nova sobre a morte dos pais, ela vai recomeçar tudo... E se ela souber... Vai me matar. – disse Marcus – Eu tenho proteção, mas nunca se sabe do que ela é capaz.
- É... Nunca se sabe... – repetiu Harris – E o que sugere?
- Eu a vi conversando com uma mulher ontem, era Gabrielle, nora de Sophie. – disse Marcus – Eu sei que ela a odeia...
- Como você poderia saber? – insinuou Harris.
- Realmente seria improvável saber se Sophie não tivesse feito uma pergunta um tanto incriminadora ontem... – disse Marcus.
- Então você está tendo contato com Sophie? – perguntou Harris, sobressaltado.
- Ela ligou pra mim há dois dias, dizendo que queria muito falar comigo pessoalmente. Deu a entender que ela estava fazendo isso pela Nina, já que ela fez basicamente as mesmas perguntas que Nina me fez no dia seguinte. Então, eu paguei uma passagem para que Sophie viesse até aqui e a hospedei num hotel no centro da cidade. Nesse mesmo dia, à noite, Sophie me falou que Gabrielle, sua nora, havia viajado com o pretexto de visitar um parente doente. Mas Sophie encontrou registros de passagens de avião para Paris, e ficou assustada porque não sabia do que Gabrielle era capaz...
- Ah!... Muito estranho... Fomos informados de que Sophie havia sido seqüestrada... Inclusive foi a própria Gabrielle que informou o seqüestro, declarando que isso tinha envolvimento com Nina... – disse Harris.
- Então é isso! Gabrielle armou tudo... Na certa, ela implantou o registro das passagens para que Sophie desconfiasse dela, mas na verdade Gabrielle não havia deixado o país ainda. Usando disso para ganhar tempo, Gabrielle implantou pistas que insinuassem o sumiço de Sophie, assim Ian teria com o que se ocupar e nem sequer pensaria em sair do país. Assim, enquanto Sophie estava sã e salva sob os meus cuidados, Gabrielle ainda estava num avião rumo a Paris, e Ian estava em casa, confuso sobre o sumiço da mãe... Assim, eu imagino que Gabrielle deve ter feito a denúncia do seqüestro daqui de Paris... Mas, o que eu realmente não entendo é porque Nina e ela estavam conversando, já que Gabrielle acusou Nina de ter seqüestrado Sophie... – disse Marcus.
- Uma armadilha... Para Nina e para Sophie... Eu vou verificar se a ligação dela partiu daqui. Marcus, você sabe se Sophie ainda está no hotel? – perguntou Harris, meio nervoso.
- Você não acha que... – murmurou Marcus.
- Sei que você estava pensando em fazer alguma coisa para manter Nina longe da verdade, mas, como você pode ver, alguém já está fazendo isso... – disse Harris.
[...]
- Então... Um belo lugar eu diria... – suspirou Gabrielle, andando pela velha cabana no meio do mato. Sophie tentava falar alguma coisa, mas o pano em sua boca a impediam de gritar – Agora, querida, você entende porque eu disse que Nina Martimore só traria problemas para todos nós...

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Mensagem  Anna Dom Jul 06, 2008 11:14 am

Capítulo III – Cúmplices

- “Atenção passageiros, estaremos pousando em território francês em dez minutos. Queiram permanecer sentados e com seus cintos de segurança. Obrigada” – disse a aeromoça.
[...]
- Hora da comidinha! – ria Gabrielle, enquanto trazia um prato de sopa.
- Dane-se, você! Pode me matar, se estiver planejando isso, mas Nina jamais vai cair em uma de suas armadilhas! – gritava Sophie.
- É o que veremos sogrinha... Agora, coma. – insistiu Gabrielle, desatando as mãos de Sophie.
- Não vou comer nada! – retrucou Sophie, dando uma tapa em Gabrielle.
- Velha maldita... Como eu queria te matar agora!... Mas você ainda vai viver o suficiente pra ver o Ian e a Nina mortos e enterrados.
- Ian?! Por acaso não estava fazendo tudo isso contra Nina por ele? – perguntou Sophie, espantada.
- No começo sim, admito que infelizmente eu gostava muito dele... Mas Ian jamais vai esquecer a Nina... A não ser que ele morra também.
- E Lara?
- Vai voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído... – suspirou Gabrielle – É difícil poder ver quantas coisas erradas eu já fiz na vida, mas agora chegou a chance de consertar tudo...
- Segundas chances não funcionam, porque algumas coisas ao redor mudam, mas a pessoa permanece a mesma. O seu destino, Gabrielle, é a perdição. – disse Sophie, encarando Gabrielle.
- Pode até ser... Mas antes todos vão ter o que merecem... Inclusive você, por falar o que não deveria. – disse Gabrielle, com um olhar sombrio.
[...]
- Nina, você está aí? – perguntou Harris, batendo na porta.
- Sim? Ah, Sr. Harris... – disse Nina, abrindo a porta.
- A última vez em que viu Gabrielle foi após o encontro com Marcus Griffith? – perguntou Harris.
- Sim, como você sabe disso? – perguntou Nina.
- Estive conversando com Marcus... Esclarecemos algumas coisas sobre o seqüestro de Sophie Martimore.
- Oh... Como andam as investigações? Gabrielle disse que a polícia não estava sabendo o que fazer... – interessou-se Nina.
- Talvez porque não houvesse seqüestro.
- Como assim?
- O verdadeiro seqüestro só ocorreu ontem, pouco depois das três da tarde. Lhe explicarei toda a história no caminho até o aeroporto. O último contato de Sophie foi com Ian, e ele está esperando por nós. – disse Harris, indicando um carro parado na frente da casa.
[...]
- Como andam as coisas em Paris? – perguntou Gabrielle, ao telefone.
- “Contando toda a história e ajudando o Griffith eu consegui crédito com Nina, mas ela odeia você mais do que nunca, Gabrielle.” – disse Harris.
- Isso não interessa... Você já está com Ian?
- “Ele está com a Nina no saguão do aeroporto enquanto estamos aqui conversando. É melhor eu ir antes que eles me procurem. Ah, só mais uma coisa: Eu estou me arriscando muito com isso, o mínimo que eu posso pedir é que eu mesmo mate Nina Martimore.” – disse Harris.
- Ha-ha... Que o mais esperto de nós mate-a. – disse Gabrielle, sorrindo.
[...]
- Como está se virando aqui? – perguntou Ian.
- Finalmente consegui acessar a minha herança... Vivo dela agora, afinal, ninguém daria um emprego a uma assassina. – disse Nina.
- Você não é assassina...
- Já conversaram o bastante? Bem, é melhor que os dois fiquem num hotel por enquanto, alguém pode procurar Nina na casa dela. Vou chamar um táxi pra vocês e voltar com o carro até o Departamento... Ligarei assim que tiver novidades. – disse Harris, dando meia volta.
- Não gosto desse cara... – comentou Ian.
- Aprendi a conviver com ele... Mas quer saber? Ele é muito estranho. – disse Nina, vendo Harris atravessar o salão do aeroporto.
[...]
- Não acredito que a Gabrielle... – Ian se interrompeu. Ele e Nina haviam chegado ao hotel.
- Vamos dar um jeito, eu prometo. – disse Nina, abraçando-o.
- Não sei o que ela é capaz de fazer... Isso é o que me preocupa.
- Quer saber? Não quero ficar esperando o Harris. Não confiei, não confio e não vou confiar nele. – disse Nina.
- De que adianta se revoltar? Você não sabe onde elas estão… - disse Ian.
- Há alguém que sabe, eu tenho certeza. – disse Nina.
- Precisa de ajuda? – ofereceu-se Ian.
- Não… É melhor que eu vá sozinha.
[…]
- Mantenha-me informado. Não perca esse cara de vista. – disse Harris, a um policial.
- Olá. – disse Nina, entrando na sala.
- Nina! Que surpresa… - disse Harris, fingindo estar animado.
- Onde elas estão, Harris? – perguntou Nina.
- É isso o que eu estou tentando descobrir. – respondeu ele.
- Não… É isso que você está tentando esconder de mim. É melhor contar antes que eu fale pro seu chefinho que tipo de policial você é. – disse Nina, encarando-o. Harris estremeceu.
[…]
- “Querido, você está aí?” – perguntava Sophie.
- Mãe? Mãe! Onde você está? – perguntou Ian, surpreso.
- “Numa floresta, não sei onde fica.” – disse Sophie, quase chorando.
- Sabe se ainda é em Paris? – perguntou Ian.
- “Passei umas duas horas dentro de um carro…” – disse Sophie.
- Mãe, Gabrielle fez algo com você? – perguntou Ian.
- “Ian, não v…” - a ligação caiu. Ian desligou e sentou na cama.
- Como ela sabia que deveria ligar pra esse telefone? – murmurou ele.
- Muito bem, Sophie. – disse Gabrielle, sorrindo – Acaba de trazer seu filho para a morte.
[…]
- N-Nina… Veja bem, eu… - Harris tentava falar, mas foi interrompido.
- Nem se engane. Sei exatamente quem você é e o que vai fazer. – disse Nina, agarrando-o pela gravata.
- Então deve saber exatamente onde Ian está agora, não é? – Harris sorriu. Nina o olhou espantada e saiu correndo da sala.
[…]
- Ian? Ian?! – gritava Nina, ao voltar para o hotel.
- Ele não está, Nina. – disse Marcus.
- Não me diga que você..? – insinuou Nina.
- Não estou a favor de ninguém Nina… Mas você está mexendo em algo muito mais complicado do que você pensa.
- Só me diz onde o Ian está! – disse ela.
- Não se preocupe com isso. Em breve vocês estarão juntos. – disse Marcus, acertando um soco em Nina, que caiu desacordada.

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Mensagem  Anna Sáb Jul 26, 2008 6:28 pm

Capítulo IV – A Estrada

A noite estava escura. Nina estava jogada numa estrada a poucos metros de onde Gabrielle estava mantendo Sophie presa. Ela estava desacordada desde o soco que Marcus lhe dera. Ela abriu os olhos lentamente, mas ao recobrar a consciência ela levantou depressa e olhou em seu redor. Nada fazia sentido. Ela não sabia por que, mas parecia preferir estar numa cadeira, com as mãos amarradas e a boca tapada do que estar na beira de uma estrada. Ela deu alguns passos, mas logo parou, afinal ela não sabia onde estava. Há quantas horas estava ali, inconsciente? O que acontecera durante esse tempo? Nina nunca passara por algo parecido desde... Não. Não aquilo tudo novamente. Como um filme passado em alta velocidade, ela lembrou de tudo: a morte dos pais, a fuga do internato, o hospício, o livro. O livro! Onde ele estaria? Nina precisava de respostas... E ficar ali não resolveria seus problemas.

[... três horas antes].

- Gabrielle? Estou levando Nina... Chegarei em, no máximo, duas horas. – disse Marcus, falando no telefone. Nina estava no banco de trás de seu carro, desmaiada, com um pequeno hematoma no olho direito, que sangrava insistentemente.
[...]
- No Hotel Niksford, Ian refletia sobre a ligação da mãe. Intrigava-lhe o fato de ela saber o número do hotel, o número do quarto. O que aquilo queria dizer? Seria um trote? Não, era de fato sua mãe... Mas havia alguém manipulando tudo. Gabrielle? Se sim, como ela sabia onde Ian estava? Um informante? Mas quem? Diante dessa última pergunta, Ian pegou seu casaco, quis sair. Hesitou. Viu uma mala escondida entre o criado-mudo. Não era sua. Ele pegou a mala, que ainda estava feita, pensou em entregar à gerência do hotel, pois provavelmente o último ocupante do quarto havia esquecido dela. Novamente ele hesitou. Ele conhecia aquela mala. Abriu-a. Reconhecia as roupas, o cheiro... A mala de Sophie!
[...]
- Harris falando.
- “Você disse que cuidaria do Ian. Onde ele está?”.
- Eu já estava de saída, Gabrielle. Tenha um pouco de paciência, tudo está correndo como planejado.
- “Não estrague a minha vingança, seu incompetente!” – disse Gabrielle, desligando. Harris deu um sorriso sarcástico e pareceu murmurar um “vadia” antes de pegar seu casaco e sair de sua sala.
[...]
- Deseja alguma coisa, senhor? – perguntou a recepcionista, sorridente.
- Em que nome está registrado o quarto 805?
- Só um minuto. – disse a recepcionista, checando os registros – Marcus Hayley Griffith, senhor. Mais alguma coisa?
- E o 801?
- Vejamos... Marcus Griffith também, senhor.
- Há algum quarto vizinho a um desses que esteja disponível?
- O 802, senhor.
- Vou ficar com ele. – disse Ian, olhando fixamente para a frente.
[...]
- Gabrielle... Ian não está no hotel.
- “Sabia que algo ia dar errado...”.
- Vou ligar para o escritório e dizer para me avisarem caso ele apareça por lá... Na situação em que a mãe dele se encontra, ele não iria sair para fazer compras.
- “Cuide pelo menos da parte da qual eu te deixei encarregado. Espero notícias”.
- Então é isso... Gabrielle, Marcus e Harris? – disse Ian, olhando Harris sair da frente do apartamento onde ele deveria estar.
[...]
- Nina, em breve estaremos chegando... – murmurou Marcus, fingindo falar com Nina, enquanto atravessavam a auto-estrada. Ele olhou pelo espelho, não havia ninguém no banco. Ele freou o carro bruscamente – Nina?!
- Não se assuste, Marcus... Eu estou aqui. – disse Nina, que estava atrás do banco do motorista, acariciando o rosto de Marcus.
- Nina... E-eu...
- O que está escondendo, Marcus... – ela falava, num tom de voz que assustava Marcus.
- N-Nina... – ele tremia.
- Me diga onde Gabrielle está.
- E-eu... Eu estou te protegendo dela. – mentiu Marcus.
- Ah, claro... “Gabrielle? Estou levando Nina...”. – disse Nina, repetindo as palavras de Marcus.
- Como você sabe?! Você estava desmaiada! – ele se espantou mais ainda.
- Nina estava desmaiada... Eu não.
- Saia desse carro! – exclamou Marcus, perdendo o controle.
- Se quer esconder alguma coisa de mim, vai precisar se esforçar mais. – disse “Nina”, saindo do carro. Marcus acelerou, enquanto olhava pelo retrovisor uma cena curiosa: Nina caindo no chão, desmaiada. Marcus poderia ter voltado... Se tivesse coragem.
[...]
- Está tudo dando errado... – repetia Gabrielle, sentada em uma cadeira, preocupada com o andamento de seu plano.
- E só vai piorar daqui pra frente. – disse Nina, na porta do velho casebre.
- O que faz aqui?!
- Engraçado você perguntar... Não é óbvio? – disse Nina, olhando para Sophie, que dormia amarrada a uma cadeira.
- Acha que vai estragar tudo, não é? Pois não vai! – gritou Gabrielle, dando um soco em Nina, que revidou com um chute, fazendo Gabrielle cair.
- Sua vida já está estragada demais... Não vou perder meu tempo com ela. – disse Nina, chutando a cabeça de Gabrielle, que se contorceu de dor.
- Desgraçada... – murmurou Gabrielle.
- Sophie, acorde. Tudo vai ficar bem agora, eu estou aqui...
- E daqui você não sai. – completou Gabrielle, dando um tiro nas costas de Nina.
- Não! Nina! – gritou Sophie, aterrorizada. Nina, incrivelmente, curvou-se para a frente, mas logo endireitou-se e desatou as cordas que amarravam Sophie.
- Você vai acabar se matando, Gabrielle. – disse ela, encarando Gabrielle, que a olhava espantada. Nina e Sophie saíram da cabana. Gabrielle permaneceu sem movimentos, apenas perseguiu Nina com o olhar. E não havia marca nas costas dela.
- O que ela é... – murmurou Gabrielle.
[...]
Nina estava jogada numa estrada a poucos metros de onde Gabrielle estava mantinha Sophie presa. Ela estava desacordada desde o soco que Marcus lhe dera. Ela abriu os olhos lentamente, mas ao recobrar a consciência ela levantou depressa e olhou em seu redor. Nada fazia sentido. Ela deu alguns passos, mas logo parou, afinal ela não sabia onde estava. De súbito, após ter várias idéias, algo veio à sua mente, como uma lembrança. “Saia desse carro!”, “Não! Nina!”. Nina sentiu uma forte dor de cabeça e uma terrível dor nas costas, mas já podia lembrar do que havia acontecido.

- Harris... – ela murmurou, olhando para a fumaça ao longe, dentro da floresta.

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Mensagem  Anna Qua Jul 30, 2008 10:02 am

Capítulo V – Crash

Após lembrar do que havia acontecido, Nina correu até a fumaça que se formava ao longe, indicando um incêndio. Ao se aproximar, ela reconheceu os destroços da cabana onde deixou Gabrielle.

[flashback]
- Vamos, Sophie, corra.
- Eu não vou conseguir, Nina.
- Vai sim! Vamos!
- Ora, ora, ora...
- O que faz aqui, seu...
[fim do flashback]

- Uh!... – murmurou Nina, caindo de joelhos. Suas costas e seu nariz estavam sangrando – Mas o que está acontecendo...?
[...]
- “... Não se sabe como o incêndio começou. Os bombeiros estão se dirigindo para o local, para conter as chamas antes que estas avancem pela floresta Diveaux.”.
- Diveaux Forest... Eu sabia! – murmurou Ian, que via a notícia na TV.

[flashback]
- “... Fazendo buscas num raio de 180 km...” – Ian repetia as palavras ditas por Harris há pouco pelo telefone, enquanto olhava um mapa - Desmond Valley, Piquet Park, Diveaux Forest, Garamond City... Gabrielle tem que estar num desses lugares...
[fim do flashback]

[...]

- “Estamos indo para Liverpool, mas Harris vai voltar com Sophie para completar o serviço. Aguarde-o onde combinamos antes. Ah, vou voltar para Los Angeles, tem que buscar uma coisinha.” – disse Gabrielle, pelo telefone.
- Tudo bem... É bom mesmo que Harris volte... Eu nunca mais quero que Nina Martimore cruze o meu caminho. – disse Marcus, ainda com más lembranças.

[...]

- Vamos, antes que o incêndio tome a floresta! – gritavam alguns bombeiros, passando pela mata fechada. Com muita dificuldade, Nina saiu de perto da casa e se esquivou por entre as árvores até chegar de volta à estrada. Lá, havia dois caminhões do corpo de bombeiros e mais duas viaturas da polícia. Nina já havia fugido disso, mas, daquela vez, ela estava muito debilitada. Mas havia a... Não. Nina se sentou no meio de algumas árvores e esperou um bom tempo... E dormiu.

[...]

Na estrada da floresta Diveaux, Ian dirigia apressadamente, pois já conseguia ver uma fumaça ao longe, mas precisava ser rápido. Ao se aproximar mais, viu os caminhões e as viaturas, e logo percebeu que Nina não estaria mais ali. Fingiu não estar interessado e passou direto, agora sem rumo. Onde estaria Nina?

[... duas horas depois].

- Hm... – Nina parecia acordar, após longas horas de “sono”. Sentiu estar sentada em algo bastante confortável, e, por isso, abriu os olhos espantada e curiosa. Estava em um trem. Havia acontecido de novo.
- Com licença, senhorita. – falou alegremente um funcionário – Dormiu quase a metade da viagem... Deseja alguma coisa?
- Quanto tempo falta para chegar em... Em...
- Em Liverpool? Uma meia hora eu diria. – completou o homem.
- Tudo bem... Eu não preciso de nada, obrigada. – e vendo o funcionário sair – Liverpool? Mas que diabos eu vou fazer em Liverpool?
- Pense bem... – disse uma voz.
- Liverpool... Liverpool... – ela repetia – Ah! O livro! Mas é improvável que ele ainda esteja no hospício...
- Mas eu garanto que, se não estiver lá, não deve ter ido muito longe.
- Onde será que está o Ian? Ele não estava com Gabrielle... Eu, eu preciso tentar falar com ele logo que chegar a Liverpool.

[...]

- “Ian, sou eu. Não ache que é mentira dessa vez. Consegui escapar de Gabrielle, mas não sei como vou sair daqui!” – dizia Sophie.
- Onde você está, mãe?
- “Em Liverpool. Não sei onde exatamente. Tenho medo de ir à polícia por causa da Nina...”.
- Não, nada de polícia. Eu estou indo te buscar. Arranje um lugar pra ficar, eu pago quando chegar. Me ligue depois pra dar o endereço, OK?
- “Está bem, filho. Tchau.” – disse Sophie, parada em frente ao telefone público, meio desnorteada.

[...]

- Chegamos. – suspirou Nina, de volta à Liverpool.
- Vamos atrás do livro, depois falamos com Ian.
- Não... Preciso desse livro, mas Ian pode me ajudar a... – Nina olhou ao redor, estava chamando a atenção de algumas pessoas – Droga.
- Bem, aqui vamos nós de novo... Você sabe que, por bem ou por mal, você sempre faz o que eu digo, então façamos pelo modo mais fácil. – disse a voz. Nina não esboçou nenhuma palavra ou gesto, apenas continuou andando para fora da estação.

[...]

- “Passageiros do vôo 158, da UK Airlines, queiram descer organizadamente pela escada do portão principal. Tenham um bom dia.” – após a indicação da aeromoça, Ian desceu do avião junto com outros passageiros e foi buscar o carro que havia encomendado. Sophie havia comentado algo sobre a Greenford Bridge, e Ian ainda precisava descobrir onde ficava. Enquanto dirigia pelas ruas de Liverpool, seu celular toca.
- Alô?
- “Ian? Sou eu, Nina... Você está bem?”.
- Sim! Que bom falar com você... Olha, você deve vir a Liverpool, mamãe está aqui.
- “Eu já estou em Liverpool, mas não sei onde ela está... Você sabe?”.
- Ela disse que me encontraria na Greenford Bridge, estou tentando achar esse lugar.
- “Então nos encontramos lá. Até mais.”.

[...]

Ian ainda estava meio perdido. Era a segunda ou terceira vez que passava pela mesma rua. Ele parou o carro e pediu informações a algumas pessoas que passavam. Estava perto da ponte. Ele ligou o carro novamente e saiu em direção da ponte, mas ao dobrar num cruzamento, um caminhão atingiu o carro e saiu arrastando-o pela rua. Ian estava vivo, mas desacordado. Seu celular tocou, era Nina, mas não houve resposta.

- “Você ligou para Ian Martimore, deixe seu recado após o sinal.” – dizia a voz eletrônica.
- Ian, sou eu, Nina. Sophie não está aqui na ponte. Algo me diz que ela corre perigo de novo, não sei. Estou indo procurar o livro, aquele livro, então, quando ouvir essa mensagem, por favor, me ligue de volta, talvez eu precise da sua ajuda. Até logo.

[...]

- O que vai acontecer com ele, doutor? – perguntou a enfermeira, repondo o tubo de soro.
- Vamos contatar a família dele, mas há um outro desafio.
- Qual?
- Ele está sofrendo de amnésia.

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Mensagem  Anna Sáb Ago 09, 2008 10:20 pm

Capítulo VI – Enfim, sós.

- De volta ao inferno... – murmurou Nina, em frente ao sombrio portão do sanatório. Ela abriu um dos lados do portão. Entrou, mas, ao pôr o primeiro pé dentro do gramado mal cortado e sujo, ela sentiu um calafrio e parou logo após o portão. Ela deu uma olhada em todo o velho prédio, que agora estava mais amarelado e escuro devido ao tempo nublado. O vento frio constantemente arrepiava Nina. Não havia ninguém do lado de fora. Na verdade, não parecia haver nada em lugar algum. Nina chegou à porta. Empurrou-a lentamente e espiou lá dentro. Não havia ninguém. Aliás, boa parte das janelas estava quebrada, e as folhas secas das árvores dançavam pelo chão empoeirado. O que havia acontecido? Não fazia tanto tempo assim. Nina foi ao segundo andar e verificou os quartos. Naquele ponto, ela já havia esquecido seu objetivo principal. Enquanto andava por um corredor, encontrou a porta da sala do diretor aberta e se aproximou. Estava tudo igual. Com sombras e espectros, as imagens do dia em que o diretor fora assassinado passaram em frente aos olhos de Nina. Ela pôde sentir o cheiro de sangue pelo ambiente, e rapidamente fechou a porta, voltando ao primeiro andar. Ouviu um barulho e olhou pela janela. Era só um balanço enferrujado balançando com a brisa. Aquele lugar era tenebroso demais, e Nina não poderia perder tempo. Correu pelos quartos, dessa vez procurando o livro, mas não o encontrou. Vasculhou as salas, gavetas, revirou prateleiras, mas nada. Aquela maldita voz com certeza sabia onde estava o livro, então porque não se manifestava? Nina caiu. Não, não era mais um de seus surtos. Algo veio pela janela e a atingiu. Um pequeno dardo venenoso acabaria mesmo com Nina martimore?

[... algum tempo depois].

- Nina... acorde.
- Hm?...
- Por favor, fique calma, eu não vou te machucar...
- Hei... Marcus?
- Sim.
- O que quer? Achei que já tinha me livrado de você...
- É difícil se livrar de mim... Sou que nem você, escorregadio... Tal pai, tal filha.
- O que?! – espantou-se Nina – Como ousa?!
- Eu sou seu pai, Nina.
- Mentira!
- Lembra, no restaurante? Você disse que eu estava escondendo algo... Era isso. Tive medo de que quando você descobrisse você quisesse fazer algo comigo... Eu ajudei Gabrielle e Harris, mas eles já foram longe demais... Me perdoe.
- Não dá pra acreditar... Não dá! – disse Nina, dando um soco em Marcus.
- Nina... Por favor...
- Saia da minha frente! – gritou Nina, virando uma cômoda.
- Eu quero ajudar você...
- Eu disse pra sair! – disse Nina, jogando Marcus contra um espelho. Nina foi saindo da sala.
- Não vá, Nina. Ele está dizendo a verdade. – disse a voz.
- Ha-ha-ha... Finalmente você aparece!
- Ele corre perigo agora... Salve-o.
- Ele quase me matou uma vez por que eu iria salvar...
- Seu próprio pai? – insinuou a voz. Nina parou.
- Ele não é meu pai. Mas não sou eu quem vai matá-lo. – disse Nina, voltando e pegando o corpo desmaiado de Marcus.
[...]
- Uh... Onde eu...
- Você está bem. Já saímos do sanatório. – disse Nina, enxugando o sangue da cabeça de Marcus com um pedaço de pano molhado. Eles estavam à beira de um lago não muito longe do sanatório.
- Você acredita que...
- Não exatamente. Vai demorar um tempo até que eu me acostume... Ainda mais com aquela recepção...
- Que recepção?
- O dardo venenoso...
- Dardo? Mas que dardo?
- Que você atirou contra mim para que eu caísse...
- Eu nunca atirei dardo algum.
- Ahn?
- Encontrei você caída no chão... Achei que havia acontecido o mesmo que aconteceu na estrada...
- Mas se não foi você... Quem?
- Imagino quem foi... Vamos logo embora. – disse Harris, que começou a correr com Nina pela floresta. Enquanto corria, Nina lembrou da primeira vez que corria por aquela floresta. Estava fugindo dos seguranças do hospício e lhe deram um tiro. Agora, ela tinha a estranha sensação de estar sendo seguida, a mesma sensação que sentira antes. Não, não havia ninguém. Marcus corria rapidamente em direção à estrada, mas Nina já não corria. Ela estava estranha... Estava perdendo o controle... Estava caída no chão novamente.

[...]

- Sr. Martimore? – sussurrou a enfermeira, junto à cabeceira do leito.
- Quem? – perguntou Ian, tirando os olhos da TV.
- O senhor. Ian Martimore.
- Tem certeza? É que eu...
- Não se lembra do que aconteceu?
- Não lembro de nada... Onde eu estou?
- Liverpool. Você sofreu um acidente de carro. Precisamos de mais alguns exames pra saber se sua amnésia é definitiva ou não.
- Amnésia? Meu Deus... E vocês não acharam minha família? Quero dizer, eu tenho uma família, não tenho?
- Não temos como confirmar... Havia uma mensagem de voz no seu celular de uma Nina Martimore... Pelo sobrenome acredito que seja da família.
- Nina... Não consigo lembrar...
- Não se preocupe... Até que um parente seu faça contato, você vai ter muito tempo pra lembrar...

[...]

- Não! De novo não! – gritou Nina, levantando, agitada. Ela estava sozinha na floresta. Aquela sensação... Onde estaria Marcus?

[...]

- Enfim, sós... – murmurou Gabrielle, sentada no banco de trás de um carro, junto com Marcus.
- Não... Não a machuque... – murmurava Marcus, cujo ombro estava sangrando.
- Nina? Não... Esqueça-a. Agora, temos outro assunto a tratar. Sabe qual é o destino de um traidor? – disse Gabrielle, como se estivesse conversando pacificamente.

To Be Continued...
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